quinta-feira, 28 de junho de 2018

A poesia segundo Hilda Hilst


Dez chamamentos ao amigo

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Há tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta

Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento.


“Enigmática, estranha e instigante. Esses são alguns dos adjetivos que bem descrevem Hilda Hilst, um dos grandes nomes da Literatura brasileira e importante voz feminina em nossa poesia. Hilda foi poeta, dramaturga e ficcionista, nasceu na cidade de Jaú, interior do estado de São Paulo, no dia 21 de abril de 1930 e faleceu em Campinas no dia 04 de fevereiro de 2004”. (Luana Castro Alves Perez)


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