sexta-feira, 29 de junho de 2018

A política do circo sem pão e da alegria mórbida


A política do pão e circo é comumente usada pelos governantes, desde Otavio Augusto no Império Romano, para que a situação de exclusão e desigualdade não acabasse determinando a realização de revoltas e convulsões sociais.

Segundo os historiadores e cientistas políticos, o futebol no Brasil vem sendo usado desde a ditadura militar para aliviar as tensões sociais e desviar a atenção do povo brasileiro da realidade aviltante. Não é à toa que o futebol, uma paixão nacional, recebe das nossas autoridades governamentais, uma atenção especial, o que permite o endividamento dos grandes clubes brasileiros - que vira e mexe estão sendo socorridos pelo governo federal.

No interior do país, lá onde a miséria campeia e o povo vive de esmolas, não existem recursos para a construção de obras, para investimentos em educação, saúde e infraestrutura, mas não falta dinheiro para o patrocínio de festas que acontecem o ano inteiro. É a festa do padroeiro (a), é a festa do aniversário da cidade, é a festa junina, é o carnaval e o carnaval fora de época.       

A campanha eleitoral também se transforma numa grande e longa festa, com as prefeituras, via de regra, patrocinando quermesses, torneios de futebol, festa de Santo Antônio, São Raimundo Nonato, São João, São Pedro, São Marçal, Divino Espírito Santo, Bom Jesus do Quero Quero, do Bom Pastor, festa de Reis, Roda de São Gonçalo, do Cristo Redentor Nosso, Bom Jesus da Lapa Larga e etc.    

O governo de Roma realizava grandes espetáculos, nos quais a população plebeia (pobre) gastava parte de seu tempo assistindo a disputas esportivas e a lutas entre os gladiadores. Durante a mesma ocasião, alimentos e trigo eram fartamente distribuídos para a população menos favorecida. Diferentemente da prática romana, a população plebeia (pobre) brasileira, sobretudo dos municípios nordestinos, o povo pobre canta e dança de barriga vazia. Para a patuleia nordestina, o show e a dança são mais importantes do que o arroz e o feijão.

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