quarta-feira, 8 de agosto de 2018

“Algo deve mudar para que tudo continue como está”


Nicolau Maquiavel é o que se pode chamar de unanimidade entre os estudiosos da ciência política. Na verdade, com a publicação de seu pequeno grande livro, “O Príncipe”, foi considerado o fundador da ciência política moderna. A obra constitui uma lição de sabedoria sobre como a natureza humana se comporta diante do poder; sobre como as pessoas se revelam em sua essência diante do poder. Os ensinamentos contidos nos escritos do sábio de Florença ilustram o caminho que devem seguir os governantes para manterem seus principados.

Na realidade tudo muda e a vida e as coisas estão sempre se transformando, como disse o filosofo pré-socrático Heráclito de Éfeso. Para esse pensador grego, tudo flui, nada persiste nem permanece o mesmo. Tudo se faz por contrastes, completo e incompleto, harmonia e desarmonia, afirmação e negação, ordem e desordem, e da luta dos contrastes se faz a mais bela harmonia. O que não disse esse pensador da Grécia Antiga é que as coisas mudam e se transformam para melhor. Ele só se refere a mudança.

Transportando esse pensamento de mudança para a questão política, no caso especifico do estado do Piauí, é fácil constar que a política piauiense muda para permanecer igual como era antes. O que significa dizer que a nossa política muda na forma, mas não muda no seu conteúdo, pois, ocorre que embora haja mudanças na cena política local de quatro em quatro anos, as práticas e os vícios políticos neste estado permanecem os mesmos. Os nomes, as famílias e as oligarquias são sempre os mesmos.  

O que não muda na política piauiense são as propostas: é sempre a mesma ladainha: promessa de investimentos em educação e saúde, feitas de maneira genéricas ou generalizadas, o que dificulta as cobranças do cidadão(ã). E entra governo e sai governo e a educação e a saúde continuam amargando os piores indicadores.

A política piauiense precisa urgentemente passar por um processo de mudança na sua forma e no seu conteúdo. Mudar os seus atores, os seus projetos de desenvolvimento e expurgar da vida pública, políticos profissionais e comprometidos unicamente com os seus interesses particulares e corporativos. 

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