quinta-feira, 8 de novembro de 2018

A fome e a miséria acabam provocando desobediência civil


A crueldade do tenebroso espetáculo da miséria e do empobrecimento e as vozes fantasmagóricas do desemprego e da fome abjeta, são insensíveis aos nossos governantes.  E é essa insensibilidade que somada à imoralidade administrativa que cria o ambiente propicio à desobediência civil e a busca de uma saída através da violência. A violência da fome provoca outro tipo de violência: a violência que leva a pessoa extremamente necessitada a praticar roubos e furtos, o que muitas das vezes acaba em morte. A violência provocada pela pobreza ou miséria extrema é uma reação natural de parte de quem precisa sobreviver de algum modo.

O furto famélico, por exemplo, ocorre quando alguém furta para saciar uma necessidade urgente e relevante. É a pessoa que furta para comer pois, se não furtasse, morreria de fome. Mas o furto famélico não existe apenas para saciar a fome. Alguém que furta um remédio essencial para sua saúde, um cobertor em uma noite de frio, ou roupas mínimas para se vestir, também pode estar cometendo furto famélico.

Nas sociedades capitalistas que rezam na cartilha do “deus mercado e do neoliberalismo”, cujos templos são os Shopping Centers; uma espécie de religião que atrai seus adeptos para o mercado, os governantes, via de regra, trabalham em favor dos ricos e potenciais financiadores de campanhas e esquecem os pobres, marginalizados e excluídos.

“Antes, quando as pessoas se sentiam pecadoras ou impuras, elas iam à Igreja para recuperar a humanidade, a pureza e sanidade. Hoje, quando se sentem tristes, elas vão ao shopping. Verdadeiras catedrais modernas”, diz o professor Jung Mo Sung. Essa saída para os problemas existenciais é um meio de fuga da elite rica. Já o pobre que vive excluído de bens essenciais, esse busca os templos neopentecostais em busca de consolo e conforto espiritual que faz cessar momentaneamente a fome física.   


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