O decreto de posse de armas anunciado com pompa e circunstância
pelo presidente Jair Bolsonaro, não vai alterar quase nada no que se refere ao
número de armas em circulação no país, por uma razão muito simples: ocorre quem
pode comprar armas, já as possui de há muito tempo. E o pobre que deseja, não
conseguirá, porque não dispõe de meios para adquiri-la. A não ser que os pobres
brasileiros optem por deixar de se alimentar para economizarem dinheiro para
comprar uma arma, assim como fazem alguns, para adquirirem ou trocarem os seus
atuais celulares por celulares mais modernos e sofisticados. É tudo uma questão
de valores.
O crescimento da indústria e aumento do consumo de drogas, tem na
ausência de igualdades de oportunidades para todos os brasileiros - o seu
principal fator. Uma população enorme de pessoas sem qualificação profissional
e de analfabetos funcionais, não poderia ter outro destino, porque a mão de
obra usada pela indústria e pelo comércio de drogas ilícitas é recrutada toda ela
na periferia dos grandes centros urbanos e na estratificação social mais baixa.
Ocorre que o jovem pobre prefere servir ao tráfico do que encarar um serviço na
construção civil que lhe paga um salário mínimo que é usado para a compra de
alimentos e para o pagamento de passagens par o ir e vir do trabalho,
geralmente, muito distante do local onde trabalhador reside.
O problema da violência que anda assustando o povo brasileiro, não
se resolve com soluções simplistas, como essa da flexibilização da posse de
armas. Para sociólogos, assistentes sociais e cientistas sociais, o problema da
violência se resolve com pleno emprego, salários dignos e lazer. Numa palavra, com
políticas públicas de grande alcance social.
O apologista das armas
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