"A gente corrige um
vazamento aqui e aparece outro ali na frente. Isso ocorre com muita frequência.
A solução definitiva é uma adutora nova de 17 km. Só que uma obra dessa não sai
por menos de 15 milhões de reais e a Agespisa, no momento, não dispõe desse
recurso. Por isso, o jeito é ir paliando",
explicou o diretor de Operações da Agespisa, engenheiro José Maria Freitas. Paliando que segundo o dicionário Priberam
da Língua Portuguesa significa ir mascarando, adiando, atenuando e aliviando - um
problema extremamente grave.
Após oito dias sem água nas torneiras das residências do município
de São Raimundo Nonato e toda região que compreende o Território Serra da Capivara,
aos poucos esse serviço vem sendo restabelecido. Um desabastecimento provocado
pelo rompimento da tubulação do sistema Adutora
do Garrincho, que quando funciona normalmente abastece nove municípios (São Raimundo Nonato, Coronel José Dias, São
Lourenço do Piauí, Bonfim do Piauí, Várzea Branca, Anísio de Abreu, São Braz do
Piauí, Dirceu Arcoverde e Jurema do Piauí).
Uma região que já sofre permanentemente com o racionamento de água
e constantes interrupções no fornecimento de água, com esse rompimento que durou
mais de uma semana - é possível imaginar os transtornos e os prejuízos causados
a uma população que habita uma região conhecida como polígono da seca, a região
com a menor precipitação de chuva do país. Quem dispõe de recursos para comprar
grandes caixas d`água (reservatórios) sofre menos com essa interrupção não
programada.
A Adutora do Garrincho tem uma extensão de 39 km. O bombeamento é feito do Açude Petrônio Portella, onde a água é captada, até a Estação de Tratamento de Água. Até aí são 22 km. Daí para São Raimundo Nonato são mais 17 km.
Com base no que diz a nota emitida pela AGESPISA durante esse período de interrupção, o concerto feito nessa adutora é uma solução provisória, uma vez que a tubulação dessa adutora está quase toda comprometida, haja vista, a qualidade sofrível do material usado pela empresa responsável pela construção de uma obra que foi financiada pelo Banco Mundial. Os dados quanto a qualidade do material empregado na construção dessa obra foram fornecidos pela própria Empresa de Água e Esgoto do Piauí S/A (AGESPISA).
Como a solução definitiva para esse grave problema depende de investimentos dessa empresa estatal, cabe a população que habita esta região se mobilizar no sentido cobrar e exigir os investimentos necessários para a substituição de toda tubulação do sistema Adutora do Garrincho.
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