quinta-feira, 21 de maio de 2020

Os desafios dos transportes londrinos


Nas grandes cidades, o regresso ao trabalho implica muitas vezes combinar diferentes meios de transporte, entre comboios, metros e autocarros (ônibus tipo jardineira). Nesta altura da crise sanitária, viajar desta forma em áreas metropolitanas como Londres multiplica os desafios.

O responsável local pela AECOM, a empresa que faz a gestão das infraestruturas ferroviárias britânicas, afirma que "irá possivelmente haver mais pessoal controlando as estações". Russell Jackson explica que "as filas serão mais ordenadas, o controle dos bilhetes será mais apertado, de forma a evitar a concentração de pessoas nas plataformas. A organização depende do trajeto a ser efetuado".

A jornalista Victoria Smith realça que "o governo aconselha à utilização do automóvel, se possível, para ir trabalhar. No entanto, os elevados custos das portagens urbanas de Londres levam as pessoas a optar pelos autocarros e comboios. Muitos apelam à obrigatoriedade do uso de máscara, o que não é o caso".

Mick Cash, do sindicato dos transportes britânicos (National Union of Rail, Maritime and Transport Workers), sublinha que "quem trabalha nos comboios Eurostar (conjunto organizado de veículos de transporte sob a guarda de uma escolta), que fazem a ligação de Bruxelas ou Paris, é obrigado a usar máscara, assim como os passageiros". Mas assim que circulam nas estações de Londres, já não.

Os elevados custos das portagens (lugar onde paga passagens) urbanas de Londres levam as pessoas a optar pelos autocarros e comboios
Victoria Smith
Jornalista

A questão é ainda mais premente perante a quantidade de vítimas mortais da Covid-19 entre trabalhadores dos transportes londrinos: mais de quatro dezenas, sobretudo condutores de autocarros.

Uma usuária dizia-nos que "a maior parte dos passageiros usa máscara", mas que, de vez em quando, há pessoas que não respeitam as distâncias.

Depois, há a alternativa da bicicleta. O governo britânico criou um fundo de investimento de 250 milhões de libras para melhorar as ciclovias. No entanto, para muitos não é uma opção viável e resta enfrentar os riscos inerentes às deslocações para o local de trabalho. Com euronews

O governo britânico ao pensar em relaxar as restrições recomendadas pela OMS, prepara um plano de ação alternativo de deslocamento dos britânicos. O governo, qualquer governo tem a responsabilidade de buscar e meios a alternativas para o relaxamento promovido por ele não redunde num monumental fracasso. Os governantes brasileiros devem copiar esse plano do governo britânico.

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