domingo, 21 de março de 2021

O auxílio emergencial não pode ser usado como uma esmola ou um ato de caridade

 

Quando um país enfrenta uma séria crise como esta que o Brasil está enfrentando, com a pandemia do coronavírus, cabe ao governo federal socorrer as populações mais vulneráveis e as empresas afetadas diretamente por uma crise sanitária que impactou diretamente a economia, provocando desemprego em massa.

Com a paralisação da atividade econômica, o comércio e a indústria sofrem um impacto severo, a ponto de serem inevitáveis as demissões de funcionários ou até mesmo a falência de muitas empresas. Para evitar o agravamento dessa situação, cabe ao governo central intervir com as armas de que dispõe, injetando dinheiro na economia, para evitar o agravamento das crises sanitária e econômica.

O socorro governamental num momento de crise, seja ela sanitária ou econômica ou ambas - não é só necessário como determinante para evitar o caos social e o colapso econômico. Isso acontece até mesmo nos países ricos como os EUA, que no auge dessa pandemia, o governo norte-americano liberou 1,9 trilhões de dólares para socorrer trabalhadores que perderam seus empregos e as empresas diretamente afetadas por essa pandemia.

Nem sempre as leis de mercado são capazes de regular sozinhas os movimentos da economia, cabendo ao governo, ou melhor, ao Estado, intervir na economia quando esta se revela incapaz de por si só resolver uma crise estabelecida, com o governo buscando devolver à economia o seu dinamismo, eficiência e promovendo equidade entre os setores da economia atingidos. 

Insistimos: numa situação de extrema gravidade como esta que vivemos ou o governo socorre as pessoas e as empresas ou o que veremos é a instalação no país de um caos generalizado que fatalmente resultará numa convulsão social.

O Estado tem que ser indutor da economia, sobretudo os estados mais pobres. A retomada do crescimento e do desenvolvimento em meio a uma grave crise econômica exige a recomposição da economia, com apoio do próprio Estado.

A propósito: Quem acompanha pela imprensa as manifestações das autoridades do governo Bolsonaro sobre o pagamento do auxílio emergencial, percebe que elas tentam vender ao povo brasileiro a falsa ideia de que esse governo ao liberar recursos para esse tipo de auxílio, o faz como um ato de bondade e generosidade do ministro da Economia e do próprio presidente da república. O que não é verdade! O dinheiro destinado a socorrer trabalhadores e empresas é do Tesouro Nacional. Portanto, Nosso!

Assim como nunca saiu da conta particular dos presidentes Lula e Dilma, os recursos necessários para o pagamento aos beneficiários do programa Bolsa Família. Isso é bom que fique bastante claro.

Por Tomazia Arouche

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