Sem medo de sermos tomados como levianos, podemos afirmar que o governo do presidente da república, Jair Messias Bolsonaro, vive o seu pior momento, haja vista, ele estar mergulhado numa série de crises que acontecem ao mesmo tempo. Sem que esse presidente consiga resolver ao menos uma delas.
Mas, entre todas essas crises, a mais grave é a crise sanitária, porque além das 303 mil mortes, já provocadas pela pandemia da Covid-19, ela ainda alimenta e fortalece uma outra crise que é a crise econômica. Uma crise econômica que se agudizou com o aparecimento da Covid-19. Uma crise econômica que destrói empregos e impede a retomada economia.
Como se não bastasse só essas duas crises monumentais, paralelamente acontece no Brasil, uma terceira crise que é uma crise de natureza política, que empurra o país para uma crise institucional, porque os três poderes não se entendem, com cada poder ao seu modo querendo prevalecer sobre o outro. Uma crise política criada pelo Poder Executivo que em determinado momento pretendeu prevalecer sobre os outros poderes.
Com a eleição dos novos presidentes da Câmara Federal e do Senado, que segundo dizem, o presidente da república usou de todas as suas armas para elege-los, Bolsonaro pretendia ter no comando dessas duas casas, presidentes submissos a ele. Ledo engano do presidente Jair Messias, porque a crise da pandemia está obrigando, tanto o presidente da Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL), como o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a serem pressionados pelos “roncos das ruas” a assumirem uma postura de independência com relação ao governo Bolsonaro. Isso é bom para o país, porque os três poderes da república, embora devam funcionar harmonicamente, são poderes independentes.
A postura arrogante do presidente da república em determinados momentos, do tipo, “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, acabou obrigando certas lideranças políticas a abandonarem o barco bolsonarista. O saudoso senador Major Olímpio, por exemplo, foi um dos primeiros aliados de primeira hora de Bolsonaro a romper com um presidente “mandão” e que não aceita ser contrariado e muito menos questionado.
O radicalismo da ala ideológica do governo Bolsonaro, não cria problemas para o governo só no ambiente interno, mas também externamente. O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo já criou vários problemas com alguns países, inclusive com grandes parceiros comerciais do Brasil, como a República Popular da China e os EUA e por consequência disso, está sendo pressionado pelo Congresso Nacional a renunciar ao seu posto, para que o governo Bolsonaro possa eliminar a tensão que está existindo entre as chancelarias do Brasil, com a China e os EUA.
O Brasil está se isolando do mundo. Em parte, isso se deve a uma política externa malconduzida pelo Itamaraty, que tem cometido erros sucessivos. Os diplomatas profissionais, aqueles que atuam no dia a dia das relações internacionais, têm tido cada vez mais dificuldade de manter boas negociações com países estratégicos para os interesses do país.
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