O Brasil no espaço de 100 anos, viveu 36 anos sob regimes ditatoriais no século passado. Sendo 15 anos sob a ditadura Vargas, o período da história do Brasil entre 1930 e 1945, quando Getúlio Vargas governou o Brasil por 15 anos de forma contínua e a ditadura militar que começou em 1964 e se estendeu até o ano de 1985.
Da redemocratização em 1985, com a eleição por via indireta da chapa Tancredo/Sarney, até os dias de hoje, foram transcorridos 36 anos e nesse período, o Brasil sempre viveu sob a ameaça de um retrocesso político, com os militares sempre se insinuando que poderiam voltar a governar o país.
Todavia, nunca essa ameaça se fez tão presente como agora, sob o governo do capitão Bolsonaro, que ao militarizar o seu governo e por qualquer “dá cá aquela palha”, ameaça o país com a volta dos militares ao poder. Uma ameaça sempre recorrente, como vem acontecendo nos últimos meses, após a criação e o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, uma CPI criada para investigar a falta de ação ou inação e a suspeita de corrupção no ministério da Saúde desse governo durante a pandemia do novo coronavírus.
Existe clima no momento para que haja um golpe militar, como sugerem o ministro da Defesa e os chefes das três armas ao assinarem nota de desagravo às Forças Armadas? Não cremos. O golpe militar que é um ato caracterizado pela tomada do poder de um país por suas forças armadas em um golpe de Estado, instaurando um regime de ditadura militar. Geralmente é decretado um estado de exceção, regido segundo a lei marcial, sendo formada uma junta militar encabeçada por qualquer das armas, que nomeia um novo presidente (sempre um militar de alta patente) e seus sucessores.
Caso ocorra um golpe militar, as Forças Armadas deixarão o país nas mãos de um capitão da reserva? Essa pergunta muita gente anda se fazendo. Se os comandantes militares de um eventual golpe resolverem não deixar o governo nas mãos de Bolsonaro, um golpe militar não interessa ao presidente.
Apesar das ameaças de golpe do presidente Bolsonaro, dos militares da reserva e do ministro da Defesa, toda vez que o presidente se sente acuado, não existe clima no país para um golpe militar, porque um golpe dessa natureza não seria respaldado pela Igreja Católica, pelas confederações das indústrias e pela sociedade civil. O general da reserva Santos Cruz, uma das maiores lideranças do Exército é contra o governo Bolsonaro e a ideia de um golpe que o oficialato da ativa nunca defendeu. O oficialato brasileiro que na sua expressiva maioria nasceu, cresceu e ingressou nas academias militares, sob um regime democrático de direito.
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