quinta-feira, 22 de julho de 2021

Um governo sem pudor

Vamos começar conceituando a palavra pudor. A palavra pudor significa: “Um sentimento de vergonha, timidez, mal-estar, causado por qualquer coisa capaz de ferir a decência, a modéstia, a inocência. ” É tudo o que o governo Bolsonaro não tem.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira (21) de que vai promover uma “pequena reforma ministerial” na próxima semana. Uma minirreforma que está sendo vista por parlamentares (senadores e deputados), não aliados do governo como uma manifestação de desespero de um governo enfraquecido e sem rumo.

Até parece implicância, mas não é, com um governo que teria tudo para dar certo se o seu presidente fosse um político comprometido com este país como um todo e não um presidente que fez a opção de governar para um grupo que não representa nem um terço da população brasileira. Um grupo que sequer reúne condições para levá-lo ao segundo turno da eleição presidencial do próximo ano.

Bolsonaro que chegou à presidência da república num golpe da mais pura sorte, porque no início da sua campanha não passava de um azarão, mas, que graças a facada de um desequilibrado mental que o transformou numa vítima, ganhou uma eleição sem fazer campanha tradicional e convencional, passando grande parte do tempo reservado à campanha no leito de um hospital se vitimizando e o brasileiro com o seu espírito romântico entrou de gaito no navio do capitão.

A eleição de 2022 não reserva ao presidente da república que disputará sua reeleição, o mesmo ambiente favorável de 2018, porque Bolsonaro perdeu muita musculatura política ao ser abandonado por uma parte bastante significativa de apoiadores que atuavam da linha de frente da sua campanha em 2018, e que hoje são seus ferrenhos adversários. Poderíamos elencar aqui um sem número de ex-seguidores de Bolsonaro, mas basta citar os nomes dos deputados federais Alexandre Frota (o primeiro a abandonar a barca bolsonarista), Joyce Halssemann, Kim Kataguiri, a deputada estadual Janaína Paschoal (SP), o empresário Paulo Marinho e o ex-ministro Sérgio Moro. Isso para ficar só nos mais emblemáticos. 

Bolsonaro ao se entregar de alma coração e vida ao Centrão, cujo principal líder, o senador e futuro ministro Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira que tinha uma verdadeira aversão pelo presidente e vice-versa, acabou por perder o que ainda lhe restava de credibilidade. Ousamos afirmar que hoje só quem segue Bolsonaro são pessoas fanáticas, pessoas que de algum modo estão se locupletando no poder e os membros do fã Clube Bolsonaro. Isso é muito pouco para quem deseja reeleger-se.

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