POR OSWALDO VIVIANI (JP)
Uma
grande operação da polícia prendeu, no início da manhã de hoje (13), ao
menos sete de oito pessoas acusadas de envolvimento no assassinato do
jornalista Décio Sá, ocorrido em 23 de abril passado.
Entre
os presos, está o subcomandante do Batalhão de Choque da PM do
Maranhão, capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva. Seria dele, segundo a
polícia, a pistola ponto 40 usada pelo matador do jornalista.
O
pistoleiro, igualmente preso, tem 24 anos e é de Xinguara (sudeste do
Pará). Ele disse à polícia se chamar Jonatas e teria confessado o crime.
Segundo a polícia, as características do executor conferem com as
mostradas no retrato falado, divulgado no dia 1º deste mês, mas ele
estaria com os cabelos cortados.
Também
estão detidos, acusados de serem os mandantes, o empresário Gláucio
Alencar Pontes – fornecedor de merenda escolar para várias prefeituras
do Maranhão e suspeito de ser agiota, também com atuação em várias
prefeituras maranhenses; o pai de Gláucio, identificado como Miranda; o
revendedor de veículos de apelido “Júnior Bolinha”, de Santa Inês; e
dois empregados de “Bolinha”, de apelidos “Buchecha” e “Balão” (ambos
paraenses).
De acordo com a polícia, o
assassinato de Décio Sá teria relação com o assassinato, em Teresina
(Piauí), do revendedor de veículos Fábio dos Santos Brasil Filho, de 33
anos, executado com três tiros de pistola PT 380 – todos na cabeça – em
frente a uma concessionária, no dia 31 de março último.
O
jornalista Décio Sá publicara postagens sobre o caso, informando que
Fábio Brasil devia a vários agiotas no Maranhão e havia prestado
depoimento à Polícia Federal uma semana antes de sua morte. Fábio teria
entregue muita gente envolvida com negócios nebulosos (agiotagem) com
prefeituras do Maranhão e do Piauí.
Valdênio
José da Silva, 38, assassinado na noite de segunda (11) – menos de 20
dias após ser solto, por falta de provas que o ligassem à morte de Décio
Sá, conforme foi acusado – estaria ligado ao homicídio de Teresina, e
sua execução, de certa forma, ajudou a polícia a chegar aos supostos
mandantes e ao acusado de executar o assassinato de Décio.
A operação “Detonando” ocorreu em três cidades do Maranhão (São Luís, Santa Inês e Zé Doca) e em municípios do Pará.
Participaram da operação 12 delegados e cerca de 70 policiais civis, incluindo os do Grupo Tático Aéreo (GTA).
Também foram cumpridos na operação “Detonando” catorze mandados de busca e apreensão.
Ainda
hoje, às 15h, acontecerá uma entrevista coletiva na Secretaria de
Segurança Pública, na qual serão fornecidas à imprensa informações
completas sobre a operação e os presos serão apresentados.
Entenda o caso
O
jornalista Décio Sá foi assassinado no dia 23 de abril, com cinco
tiros, em um bar da Avenida Litorânea, em São Luís. No mesmo dia do
crime, as investigações foram iniciadas e uma recompensa de R$ 100 mil
foi oferecida pelo Disque-Denúncia por pistas que levassem ao executor
de Sá.
Logo no início das
investigações, agentes descobriram o pente da arma usada pelo assassino,
que o deixou cair durante a fuga e testemunhas começaram a ser
inquiridas para prestar esclarecimentos sobre o fato.
Contudo,
três depoimentos de testemunhas vazaram na internet e, com isso, a
polícia decretou sigilo absoluto para não atrapalhar as investigações.
Quase
40 dias após o crime, a polícia divulgou o retrato falado do suspeito
de assassinar o jornalista Décio Sá. Com a veiculação da imagem, o
Disque-Denúncia, em 24 horas, recebeu 60 ligações que indicariam o
paradeiro do executor.
Um dos
suspeitos de participar do assassinato do jornalista, Valdênio José da
Silva, chegou a ser preso, mas por falta de provas consistentes, acabou
sendo libertado. Na última segunda-feira (12), Valdênio foi assassinado
dentro de casa, na Vila Talita, em Raposa (Região Metropolitana de São
Luís), também com cinco tiros. Após 51 dias do crime, a polícia elucidou
o caso e já prendeu sete apontados de participação no assassinato. (Com
informações do portal G1) Fonte: Jornal Pequeno
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