A bela história da construção do
Partido dos Trabalhadores (PT), iniciada no fim da década de 70 e que culminou
com sua criação em 1980, fruto do movimento sindical da região do ABCD
paulista, com a condenação, prisão e renuncia de mandatos dos mensaleiros,
caminha para um fim melancólico e trágico.
Quando me vem à memória um
encontro promovido pela Ação Católica Operária (ACO), no município de Barra
Mansa (RJ) no ano de 1979, com o apoio de Dom Waldir Calheiros (morto
recentemente), bispo de Volta Redonda, onde foi colocada em discussão a criação
do PT, haja vista, o fortalecimento do movimento sindical brasileiro e desse
encontro saiu uma decisão favorável à sua criação; hoje já passado mais de três
décadas desde a fundação de um partido que se propunha ser revolucionário, eu
sinto uma grande frustração e desencanto com o rumo que o PT tomou.
O PT foi criado, cresceu e ganhou
musculatura e chegou até a presidência da república em 2002, com a eleição de
Luís Inácio Lula da Silva, que depois de eleito passou a ignorar o importante
papel desempenhado pela Igreja Católica na criação de um partido feito por
trabalhadores cristãos, para promover uma mudança radical na política
brasileira, mas não foi isso que aconteceu.
Hoje, o distanciamento do PT da
Igreja Católica e da classe operária é abissal, porque Lula e às novas
lideranças do PT optaram por seguir novos caminhos e a ter como companheiros de
jornada, políticos que o PT original esperava ver banido da cena política
nacional, como Paulo Maluf, Jader Barbalho, Valdemar da Costa Neto, Renan Calheiros,
Henrique Eduardo Alves, Romero Jucá, Sérgio Cabral e Eduardo Cunha.
O pedido de renuncia que acaba de
enviar ao presidente da Câmara Federal, o agora ex-deputado federal José
Genoino, após ter sido condenado e preso, desabona e deprecia um partido que se
propunham antes de chegar ao poder expurgar da vida nacional, políticos
corruptos, caciques e os coronéis.
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