sexta-feira, 12 de julho de 2019

Nenhum secretário faz favor e o munícipe não lhe deve gratidão


A cultura judaico-cristã fortalece na cultura ocidental sentimentos como humildade e reverência. Sentimentos esses que para os povos atrasados, contribui de maneira efetiva para a sua submissão. Isso explica o comportamento do povo brasileiro, sobretudo dos menos esclarecidos, que veem na atuação dos nossos gestores públicos, atos de bondade e generosidade, toda vez que atendem a uma reivindicação da sociedade. Isso revela o baixo nível de consciência política da maioria expressiva do povo brasileiro.

A humildade é uma virtude, com isso todos hão de concordar, mas a humildade nunca pode ser confundida com subserviência, porque o sentimento de inferioridade na nossa cultura, permite àqueles que detém o poder de mando se aproveitarem dos pobres, dos humildes e mansos de coração.    

Dizem nossos sábios que aquele que é indulgente e humilde será perdoado. Por quê? Pois aquele que pecou, sem dúvida, foi caprichoso ao realizar o pecado. Depois do erro, ao se arrepender, “cedeu” ao desejo de realizar “a vontade do Criador” e logo será perdoado. A disposição para o perdão concedido em troca da subserviência, da humildade - humilha e apequena aquele que cedeu a vontade de alguém.  

Após fazermos essa breve análise sobre o sentimento de inferioridade que permeia toda sociedade brasileira, vamos ao que pretende este texto, que é contribuir de maneira efetiva para elevar o nível de conscientização política do povo brasileiro - que na sua grande maioria desconhece os seus direitos e deveres. Direitos que todo cidadão tem e que ao lhe serem negados, devem ser cobrados e exigidos das nossas autoridades como direitos constitucionais.   

Vamos agora a um exemplo prático: o secretário, seja ele, municipal ou estadual ao atender e executar uma obra ou serviço solicitado por uma pessoa da comunidade, não pode exigir gratidão e o cidadão ou a comunidade atendida no seu pleito não podem ver na ação do secretário um ato de bondade ou generosidade, porque o secretário existe para executar obras de interesse da comunidade. Afinal de contas, todo secretário é remunerado e a obra que ele executa não é feita com seus próprios recursos. Todo o dinheiro gasto na realização de uma obra ou na execução de um serviço público é dinheiro do contribuinte.   

A taxa de iluminação pública, por exemplo, foi criada através de uma lei federal que permite que todos os municípios cobrem uma taxa para manutenção do serviço de iluminação pública. Isso quer dizer que o consumidor paga por esse serviço.

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