domingo, 10 de janeiro de 2021

A política piauiense envelheceu e vai morrer de falência dos órgãos

 

A maioria dos estados nordestinos passa neste momento por um alentador processo de renovação que permite ao povo desta região alimentar o sonho de crescimento e desenvolvimento duma região que sempre sobreviveu das migalhas dos banquetes da política nacional, onde a região Nordeste sempre compareceu com um pires na mão. Se pelo menos, fosse uma panela, um alguidar ou uma caçarola, menos mau!

Os governadores dos estados do Maranhão, Bahia, Pernambuco, Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte são políticos relativamente jovens e sem vínculos com os políticos tradicionais dos seus respectivos estados, o que representa um sopro de renovação e mudança.

Os prefeitos das capitais nordestinas na sua maioria são políticos jovens ou relativamente jovens e sem liame com a velha política nordestina, com exceção do prefeito do Recife, João Campos, o representante de um clã político que há mais meio século domina a cena política do estado de Pernambuco e o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, com prefere ser chamado, um político quase octogenário e que foi eleito através de uma conjugação de forças retrogradas, porque liderada por políticos igualmente velhos e que estão na política há mais de quatro décadas, como o principal apoiador da candidatura do atual prefeito de Teresina, o deputado estadual Themistocles Filho que já acumula nove mandatos só como presidente da Assembleia Legislativa do Piauí (ALEPI), sete mandatos de deputado estadual, tem um filho deputado federal e a sua esposa é a atual prefeita do município piauiense de Esperantina em 2020.

Enquanto a maioria das capitais nordestinas elegeu prefeitos jovens e com ideias renovadoras e revolucionárias, o estado do Piauí elegeu prefeitos dos seus maiores municípios, políticos que já deveriam ter aposentando suas chuteiras, como o prefeito de Teresina, Dr. Pessoa, 74 anos e o prefeito da Paranaíba, o médico Mão Santa, 76 anos.

No estado do Piauí, o PSDB passou mais de três décadas no governo da capital, com Firmino Filho acumulando quatro mandatos. Já o Partido dos Trabalhadores (PT), governa esse estado por quase 20 anos, com o atual governador já na segunda metade do seu quarto mandato. Desnecessário dizer que este estado continua nas mãos das oligarquias deste estado e de políticos tradicionais e profissionais que estão no poder, desde a primeira metade do século XX. E o que é mais grave: nada sugere que este estado passe por um choque de renovação política e que se livre de políticos que representam o atraso e o subdesenvolvimento nas próximas eleições.

Por Tomazia Arouche

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