sábado, 26 de abril de 2008

O homem feito coisa

Nas sociedades modernas o homem que já conseguiu em alguns aspectos dominar a própria natureza, vive uma situação meio paradoxal, pois ao mesmo tempo em que ele consegue avanços significativos no campo das ciências, age, tendo comportamentos que sinalizam em direção a barbárie.


A superpopulação e as muitas exigências de um mundo moderno, ao exigir que cada ser humano se supere na busca pelo seu espaço e sobrevivência, acabam acirrando entre os homens uma disputa onde prevalece a lei da selva; a lei do mais forte, que impõe ao vencido a morte ou a sobrevivência em condições humilhantes.


A desumanização do homem numa sociedade movida pelas leis pragmáticas de uma sociedade capitalista, onde o homem é visto como mercadoria e um consumidor em potencial – o sentimento humanitário inerente ao ser humano acaba se transformando em indiferença. Com o “eu” substituindo o “nós”. Com a necessidade individual sendo usada para justificar o nosso individualismo - que por sua vez faz com que cada ser humano indistintamente, veja o outro como coisa ou como objeto. Como mercadoria ou como consumidor.


A satisfação pessoal e individual, está cada vez mais está sendo usada como forte argumento para explicar a prevalência do interesse individual sobre o coletivo. E assim, caminhando em meio a todas essas contradições, segue o homem, sendo consumido e consumindo. É a lei da selva, onde o homem é o lobo do próprio homem. (Zeca Arouche)

Nenhum comentário: