O que acaba diferenciando essas duas guerras é o seu caráter; com os árabes e israelenses sendo movidos por uma questão ideológica, enquanto que o Crime Organizado obedece a uma orientação mercantilista. Uma vez que, os traficantes fazem essa guerra como simples mercenários que colocam a sua força de trabalho a serviço de capitalistas, que na maioria das vezes, nem sequer residem nos morros e favelas.
A mão de obra que o Crime Organizado utiliza geralmente é recrutada junto à massa de desempregados que habitam morros e nos centros de “recuperação”, que ao invés de ressocializar os menores de rua, os menores delinqüentes; devido ao tratamento desumano que essas crianças recebem de parte do estado que acabam transformando esses seres humanos em marginais.
O Crime Organizado no Estado do Rio de Janeiro emprega em torno de cem mil pessoas, o equivalente ao numero de funcionários da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. O termo emprega não está sendo mal utilizado, pois é isso que realmente acontece, não só nas favelas e morros, mas, onde existem pessoas mais ou menos consciente, que acabam fazendo uma opção, entre ganhar menos de um salário mínimo durante o mês em tempo integral ou servir ao Movimento, leia-se narcotráfico, que paga três vezes mais por poucas horas de serviço.
E ainda tem outro detalhe que ajuda nessa opção feita pelo jovem, que é a sensação de poder que o trabalhador do movimento experimenta ao ter acesso a armas poderosas que intimidam até mesmo os policiais mais experientes. Sem falar no sucesso que os jovens que integram esse exército fazem junto às mulheres; dos morros e do asfalto.
E a coisa só não está pior, porque existem as disputas entre as diversas facções que fazem o Crime Organizado (Comando Vermelho, Terceiro Comando e Comando Vermelho Jovem e etc.). Isso acaba enfraquecendo o movimento no combate as policias. E também, ainda não existe o componente ideológico, que se existisse, poderia servir como um fator a mais de emulação.
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