sexta-feira, 27 de março de 2009

Fome de diploma é o nó górdio da nossa educação

Na educação brasileira, existem apenas algumas ilhas de excelência. Pois o que se percebe, é um aumento quantitativo de escolas de nível superior, enquanto que a qualidade do ensino está muito aquém daquilo que se espera do ensino universitário brasileiro.

No Brasil nas últimas três, quatro décadas, houve uma proliferação de escolas de nível superior, com a iniciativa privada criando a cada quarteirão uma faculdade, onde o critério mais importante para se ingressar em qualquer curso, é a situação financeira do candidato, o que garante ao estabelecimento de ensino o pagamento regular da mensalidade.

Tomando como exemplo o curso de direito, onde o índice de reprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é exageradamente muito grande, tem-se uma boa amostragem do baixíssimo nível da educação que vem sendo ministrada em nosso país, o que acaba comprometendo todo o esforço feito pelo governo federal - no sentido de melhorar a qualidade do ensino brasileiro.

A péssima qualidade do ensino brasileiro que se verifica fora das ilhas de excelência, é facilmente constatado no número de graduados que nós encontramos diariamente desenvolvendo atividades da natureza completamente opostas àquilo que cursou na faculdade. Isso talvez seja a maior evidência do fracasso brasileiro na área da educação.

Portanto, ressalvada a proliferação de cursos ruins que tantos males já nos causam, não obstante a boa vontade do ministro da educação, não podemos deixar de responsabilizar o Poder Público pelos desacertos do ensino superior.

Me parece evidente entretanto, que chegamos no final de muitas décadas do ensino superior marcadamente elitista. Isso é um fato. Mas isso não é motivo suficiente para que se permita a reprodução de faculdades, cujo único interesse dos seus dirigentes é ganhar dinheiro.

Não poderia deixar de citar aqui um "cliche" que muitos professores usam para justificar a péssima qualidade do ensino e a pouca disponibilidade do professor para o alunado, que é a autonomia universitária.

Não podemos esquecer também que o processo educacional se inicia no lar, mas como o ensino privado é ministrado basicamente para uma clientela oriunda da classe baixa, via de regra, os nossos gestores da educação devem trabalhar com essa perspectiva, exigindo muito mais dos educadores.

Falei aqui mais do ensino privado, mas o ensino público universitário, também padece de mal cronico, que é a falta de responsabilidade daqueles que deveriam ter o compromisso com uma educação de altíssima qualidade.

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