sexta-feira, 10 de abril de 2009

Canto da poesia piauiense: Da Costa e Silva

Diálogo Interior...

Ante o infinito,
Cismo e medito.

Mas vou pensando
E interrogando.

Dialogo a esmo
Comigo mesmo.

— Tudo convida
A amar a vida.

— E amar se deve
A um bem tão breve?

A vida é bela
No que revela...

— Mas como existe
O homem tão triste?

— A vida é a luta
Divina e bruta.

— Onde o heroísmo:
Páramo ou abismo?

— A vida encerra
Os bens da terra.

— Se esses dons temos,
Por que sofremos?

— A vida inquieta
É a mais completa.

— Mas por que a alma
Aspira à calma?

— A vida é intensa
Para quem pensa.

— E onde a esperança,
Que não descansa?

— A vida é pura
Quando há ventura.

— E por que sinto
A ânsia do instinto?

— A vida é chama,
Que apura e inflama.

— Por que a resumo
Em névoa e fumo?

— A vida é a glória
Sempre ilusória.

— Mas como é insano
O sonho humano?

— A eterna esfinge
Ninguém atinge...

— Que reticências
Nas existências!

Quem foi Da Costa e Silva?

Antônio Francisco da Costa e Silva( nasceu emAmarante (PI) 1885 - Rio de Janeiro RJ 1950)

Começou a compor versos por volta de 1896, para procissões em Amarante (ainda cantados, com modificações, nas festas religiosas do Piauí).


Em 1901 foram publicados seus primeiros poemas na Revista do Grêmio Literário Amarantino. Seu primeiro livro de poesia, Sangue, foi lançado em 1909. Nas décadas seguintes exerceu vários cargos como funcionário do Tesouro Nacional e colaborou nos periódicos Diário de Minas, Estado do Amazonas, Ilustração Brasileira e O Malho. Em 1927 ocorreu a publicação do livro Verônica, escrito sob o impacto da perda de sua mulher, Alice, em 1919. Em 1931 foi afastado do Tesouro Nacional; dois anos depois, foi indicado como candidato à Assembléia Nacional Constituinte pelo Partido Republicano Liberal do Piauí, mas não disputou eleições.


Entre 1931 e 1945 esteve à disposição da Presidência da República, a pedido de Getúlio Vargas. Sua obra poética inclui os livros Zodíaco (1917), Pandora (1919), Antologia (1934) e os póstumos Poesias Completas (1950) e Saudades (1956). Da Costa e Silva foi poeta simbolista; segundo Alberto da Costa e Silva, seus poemas apresentam "fluente e rica musicalidade de uma linguagem em que existe exata correspondência entre som e sentido e em que cada palavra possui um preciso valor no cantar do verso."


Em Tempo:


O jornalista cearense Pompílio Santos, há muitas décadas residindo no Estado do Piauí, afirma num ensaio publicado no Jornal o Dia de Teresina, que o poeta Da Costa e Silva na realidade, nasceu mesmo foi em São Francisco do Maranhão, município maranhense localizado ao lado de Amarante.

2 comentários:

Fernanda disse...

belo poema...
te deixo uma indicação de um músico que conheci hoje
escute o trabalho dele
se chama Rodrigo Andreiuk
aqui vai o site
www.myspace.com/rodrigoandreiuk ...
muito bom...
tem o site dele www.rodrigoandreiuk.com

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