sexta-feira, 17 de abril de 2009

A China não pode desacelerar

A República Popular da China, não obstante o seu ritmo de crescimento ainda espetacular, já vem dando sinais de que começa a pisar no freio, ainda não se sabe se por precaução ou se devido aos efeitos da crise financeira mundial que está obrigando os países consumidores de produtos chineses a diminuírem as suas importações.

A China que é hoje em dia um dos maiores consumidores mundiais, sobretudo de matérias primas, o principal item de exportação dos países do terceiro mundo, uma hora vai acabar concluindo as suas obras de infra-estrutura, o que vai obrigá-la a deixar de importar produtos empregados na construção de estradas, hidrelétricas, pontes, viadutos e siderurgia.

Esse país considerado o segundo motor da economia mundial, vindo logo depois dos EUA, precisa, necessita de continuar crescendo para que continue erradicando a sua pobreza, mas para que isso aconteça, vai ter que depender da saúde financeira da economia internacional. Mesmo esse país já tendo um mercado interno muito forte, mas ele é ainda insuficiente para se manter sem que dependa da existência de um mercado externo para consumir a sua produção excedente.

Uma economia que vinha crescendo num ritmo bastante vigoroso, com um crescimento ininterrupto médio de 10% ao ano, no último trimestre, apresentou uma queda em torno de 3 a 4%. Esse é o sinal mais evidente de que a crise financeira já chegou à China, o que é deveras preocupante para o resto do mundo.

O protecionismo, o primeiro instrumento a ser utilizado pelos países atacados por uma crise dessa magnitude, prejudica principalmente as nações mais pobres e que ainda não tem um mercado consumidor interno consolidado e com capacidade para resistir à onda gigante de protecionismo, como essa que já começa a se delinear. Daí, a importância dos países pobres em se precaverem, procurando eliminar todo tipo de desperdício e fazer cortes em tudo àquilo que não seja extremamente necessário. Isso vale tanto para o país como para os municípios e às pessoas de um modo geral. (Leão Arouche Neto)

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