sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A poeisa de Joaquim Ribeiro Magalhães (Quincas Magalhães)


No próximo dia 13 de Novembro vai fazer um ano que recebi o livro a Alma de Poeta, do Poeta e cronista Joaquim Ribeiro Magalhães, um intelectual piauiense que me foi apresentado pelo jornalista Arimatéia Azevedo, seu amigo.

Esse livro tem apresentação do acadêmico José Fortes, que não economiza elogios ao talento desse poeta e contista, que usa o humor para dizer coisas muito sérias. Li de um só fôlego o livro Alma de Poeta de Joaquim Ribeiro Magalhães, por que quanto mais eu lia, mais se sentia envolvido pela sua maneira de prender o leitor, alternando hora uma poesia romântica, hora uma poesia de cunho humorístico.

Essa obra de Quincas Magalhães, não é uma obra hermética, do tipo que para se entender é preciso adivinhar o pensamento do poeta, o que nem sempre se consegue. A respeito desse poeta brilhante, vejam o que diz o contista e crítico literário, José Magalhães da Costa: “Não se pode jogar fora tanto talento e nem deixar no esquecimento essa memória que insiste em tomar forma, e que começa agora com estas páginas de extraordinário valor literário, algumas das quais não me acanho de chamar de pequenas obras primas do riso e do humor.”

Escolhi duas dessas preciosidades apontadas pelo seu prefaciador, para brindar o meu leitor:

Mal de Amor
Diz que o amor
Não tem idade
Ninguém pode se opor
A sua temeridade

Quem sofre de paixão
Previna bem sua alma
Para o coração
Não perder sua calma

Jesus distribuía o amor
Deu dose dupla à Maria Madalena
Que chorava sua dor
Por sofrer paixão plena

Próximo ao revés
Jesus lavava-lhe os pés
Numa controvertida cena

Amargura

Na velhice o que tem de mais
Amargurado
È a lembrança do que nos traz saudade
Vinda das sombras do passado
Onde se perdem brios e vaidades

Velhice é o pior dos castigos
É o fim das bonança
Isto já aconteceu comigo
Foram-se ilusões, esperanças!
Dizem que ficar idoso
É beneplácito do pai eterno
Se for verdade, digam ao poderoso
Que a velhice é o inferno

Ser velho não vale à pena
Não há nenhuma compensação
A saudade nunca fica amena
Nem traz alívio ao coração

Para finalizar, escolhi uma poesia que Quincas Magalhães fez para sua neta de nome Aianna:

Aianna, neta querida.
Não é pau-de-arara
É sim, paulistana nascida
Com beleza muito rara

Ali sua mãe fazia mestrado
Com coragem nordestina
O pai fazia doutorado
Quando chega a menina

Com quatro dias de nascida
Já a PUC freqüentava
Era a aluna mais querida
E a que mais se destacava

Hoje, comemora quinze anos
Com seus amigos nordestinos
Pois seus colegas paulistanos
Foi coisa do destino.

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