O maior problema do Brasil, e em particular da região Nordeste é a prevalência do critério político sobre os critérios da excelência e da meritocracia. Tomemos como exemplo as recentes mudanças de governo no estado do Piauí, tanto no plano estadual como municipal. O Piauí, onde continuou prevalecendo, além do critério político, outros critérios menos abonadores, como os da amizade e dos laços de família.
Qualquer governante bem mintencionado que pretende fazer uma administração de excelência deve ir buscar nas melhores universidades, os excelentes quadros que formam essas instituições. Não importando o perfil ideológico do técnico, desde que ele se comprometa a trabalhar pelo seu estado de modo a que a sua contribuição sirva para alavancar o progresso e o desenvolvimento da sua terra.
Se em condições normais, os critérios de escolha dos secretários são sempre os mesmos, que dirá de um momento excepcional, quando o governo entrante tem apenas poucos meses para governar e já começa o seu governo com os olhos voltados para a sua reeleição. Nessa condição, o critério político é levado até as últimas consequências.
A barganha de cargos, antes mesmo da eleição, continua sendo uma prática bastante comum na política nacional, onde os partidos políticos para firmarem um compromisso de alianças para disputar uma eleição, negociam até os cargos da mesa diretora do parlamento, seja ele federal estadual e municipal. Numa palavra: a política brasileira sempre funciona como um verdadeiro balcão de negócios. É o famoso toma lá dá cá ou o "é dando que se recebe". Isso só para lembrarmos-no do saudoso "franciscano", o ex-deputado federal Roberto Cardoso Alves, que defendia abertamente essa máxima de São Francisco de Assis.
Por essas e outras é que estados como o Piauí, ainda são vistos nas regiões Sul e Sudeste, com muito preconceito, não que eu defenda essa prática execrável, mas é que o preconceito existe, e existe não de forma velada, mas em alguns casos até com certa agressividade. Isso tudo por conta de um costume político dos nordestinos, que vem desde os tempos dos coronéis, quando tudo era feito no âmbito familiar e de forma a atender os interesses, não da população em geral, mas das famílias que integram o poder, que via de regra, se misturam através de arranjos casamenteiros, com vistas a ficar tudo praticamente entre parentes, numa grande família, admitamos.
Nós ainda vivemos numa região onde tudo faz parte do subdesenvolvimento. Desde o comportamento das nossas elites, política, intelectual e rica, que embora muitas das vezes já tenha tido contato com o mundo desenvolvido, mas que permanecem com a mentalidade de um povo do terceiro ou quarto mundo, do mundo bárbaro.
Em Tempo:
Uma "elite" cujos membros adoram serem chamados de doutores, mesmo não sendo, como por exemplo, um engenheiro baiano que reside em Timon, formado por uma faculdade do município de Cruz Das Almas (BA), que numa reunião com promotores de justiça do Maranhão, exigiu que fosse chamado de doutor pelas pessoas que participavam de uma audiência pública.
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