Talvez eu seja um pessimista por natureza, porque por mais que me esforce, não consigo ver esse Brasil que a propaganda oficial vive a exaltar. Um país onde a violência em pleno século XXI atingiu um nível de epidemia, onde as doenças tropicais continuam matando como matavam no início do século IX, onde as mulheres continuam tendo filhos como os bichos, onde o emprego temporário é festejado como se fosse o resultado de uma política governamental, quando na realidade se trata de uma ação do comércio que através de uma propaganda forte induz o brasileiro a consumir em períodos como Natal e Fim de Ano.
Às vezes eu fico me perguntando se de fato esse país ideal, que o governo federal vive a propagandear existe, ou se tudo não passa de uma jogada de marketing, que faz com que as pessoas se iludam com a propaganda e acabam aceitando como verdadeira, uma fantasia organizada, por uma gente sem escrúpulo que para se manter no poder, agem da mesma forma como agiam aqueles a quem eles criticavam, só para ocuparem os seus lugares.
O setor que hoje mais emprega no Brasil, é o da construção civil, que graças às linhas de crédito criadas para esse setor pelo BNDES, continua construindo muito, o que por sua vez aquece outros setores da economia. Mas o setor industrial, com exceção do automobilístico, esse vive sofrendo com a enxurrada de produtos vindos da China, Índia e outros países asiáticos, devido à mão de obra nesses países ser mal remunerada, o que faz com que os seus produtos sejam mais competitivos que os produtos produzidos internamente.
Quem país é esse, cujos governantes vivem a celebrar o seu crescimento, quando o programa Bolsa Família que foi criado como um programa emergencial para diminuir a pobreza extrema, ao invés de retirar as famílias desse programa, uma vez que a economia do "país cresce", segundo dados do IBGE, muito pelo contrário, esse programa amplia o número de participantes? Agora mesmo o governo federal acaba de anunciar um feito extraordinário: o aumento de 15 para 20 milhões de pessoas assistidas pelo Bolsa Família, o que nos faz chegar à seguinte conclusão: que a miséria extrema neste país em vez de cair vem aumentando.
O poder paralelo representado pelo narcotráfico gera mais emprego informal em estados como Rio de janeiro, Pernambuco e Bahia, que os governos estadual e federal juntos, que não tem uma política de geração de empregos, sobretudo, para as regiões mais pobres. Mas o país está fantasiado de verde e amarelo para festejar a glória e a riqueza dos jogadores brasileiros e do senhor Ricardo Teixeira. Os nossos jogadores que nem como exemplo para a pátria servem, pois geralmente eles falam errado, se expressam muito mal, o que revela o baixo nível ou nenhuma escolaridade dos nossos atletas. Em 1980 o poeta Afonso Romano de Sant`Anna já nos iterrogava com o seu poema: Que País é Este?
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