segunda-feira, 31 de maio de 2010

Wellington Dias fracassou como líder

Hoje já existe no estado do Piauí, uma consciência formada dentro e fora do PT de que o projeto político de Wellington Dias é pessoal e familiar. Tanto isso é verdade que ele insiste em lançar a sua esposa como candidata a deputada estadual.

Pode até ser que o ex-governador Wellington Dias seja eleito senador com uma votação consagradora, o que vem revelando até aqui as pesquisas, mas ele sairá dessa eleição com a sua biografia manchada e com a sua liderança dentro do Partido dos Trabalhadores (PT), sendo questionada abertamente, devido à maneira como conduziu o processo sucessório, onde ele abandonou o projeto político do PT e passou a defender candidaturas de políticos sem nenhuma identidade com a história do seu partido.

O que aconteceu com Wellington Dias durante a primeira fase do processo sucessório, pode muito bem ser comparado à história de um comandante militar, que abandona o seu exército para comandar o exército inimigo. Pois foi exatamente isso que fez o ex-governador, que desde a sua segunda eleição já tinha feito a sua escolha, ou seja, defender junto ao seu próprio partido e a base aliada o nome do senador João Vicente Claudino (PTB) como candidato a governador, o que acabou não acontecendo, porque ele deixou de combinar antes com o seu vice, Wilson Martins (PSB), que numa demonstração de muita personalidade não se deixou levar pelo canto da sereia e não cedeu as pressões do próprio Wellington Dias, do presidente Lula e de alguns membros do PT, como José Dirceu.

Uma reunião do Partido dos Trabalhadores realizada ontem (29/05) em Teresina, que contou com a presença do ex-prefeito de Guarulhos, Elói Pietá serviu para fortalecer dentro do PT piauiense o sentimento de que os políticos que detém algum tipo de mandato eletivo e aqueles que tem a pretensão de conquistar um em 2010 estão impondo as suas vontades sobre o partido feito pela militância, onde ele ao defender a valorização da militância, classificou esse movimento liderado por políticos profissionais (a elite petista) de "desputarização" (domínio do PT pelos deputados e não pelos militantes). No que foi seguido pelo presidente da Cepro, Oscar de Barros que chamou esse movimento de "PT institucional."

Essa reunião do Partido dos Trabalhadores (PT), já é um reflexo da insatisfação dos petistas que militam na base contra uma elite que só pensa nos seus próprios interesses e nos interesses dos grupos que eles representam. Um grupo formado no Piauí pelo ex-governador Wellington Dias, pelos deputados estaduais Flora Isabel, Assis Carvalho, Cícero Magalhães, João de Deus e pelo suplente de deputado estadual, Fábio Novo.

Do lado daqueles que defendem o PT verdadeiro, autêntico se posicionam o ex-diretor do DETRAN, Jesus Rodrigues, Oscar de Barros e provavelmente, Adalberto Pereira. Se o PT verdadeiro descobrir a tempo que está sendo usado por essa elite, muitos petistas não conquistarão um mandato, inclusive Wellington Dias. Esse jogo da elite petista, só não conhece as suas jogadas, quem comete o auto-engano.

O ex-governador do PT Wellington Dias ainda tenta pousar de líder. De líder coisa nenhuma, porque hoje quem manda no estado do Piauí e tem realmente poder político se chama Wilson Martins, que se não se livrar em tempo hábil da herança maldita deixada por Wellington Dias, poderá ter o seu futuro político comprometido para o resto da vida.

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