terça-feira, 23 de novembro de 2010

O caos nosso de cada dia

O período eleitoral é mágico, porque consegue esconder, com a complacência da oposição cordial, é claro,  uma realidade assustadora, que só quem convive diretamente com ela, pode aquilatar a sua verdadeira dimensão. Como por exemplo, a população do estado do Rio de Janeiro, que convive diariamente com uma violência própria de um país em guerra e com  um sistema de saúde pública falido, onde as pessoas se amontoam pelos corredores dos hospitais e as consultas médicas feitas através do Sistema Único de Saúde (SUS) são agendadas para daqui a três ou quatro meses.

Quem assistiu aos programas eleitorais durante a campanha presidencial de 2010, nunca viu em nenhum programa, os corredores dos hospitais tomados por macas, com os doentes sendo atendidos,quando atendidos, nos corredores, porque o número de leitos  nos hospitais é insuficiente para atender a uma demanda cada vez mais crescente. Nesses programas eleitorais, o Brasil que nos foi mostrado, foi o Brasil da ficção, irreal, mostrado com um único propósito: o de enganar a boa fé do telespectador/eleitor.

A violência que toma conta do país, em vez de diminuir, só faz aumentar, porque o estado, seja ele federal ou estadual, não dispõe de mecanismos para pelo menos freá-la. Muito pelo contrário, ela aumenta e se espalha como um rastilho de pólvora por todo o país. Hà poucos dias, 20 detentos foram mortos num presídio de São Luís do Maranhão. Uma capital cujo índice de violência, proporcionalmente pode ser comparado ao da cidade do Rio de Janeiro.        

A educação publica brasileira é um verdadeiro desastre, porque os estudantes da rede pública de ensino não aprendem, com a maioria deles frequentando as escolas, apenas para terem acesso à merenda escolar. Uma educação que não contribui para que os pobres deste país possam ascender socialmente. Primeiro, porque os professores são mal remunerados e segundo, porque a maioria dos educadores, sobretudo os da região Nordeste, vem de um tempo em que para ser professor bastava à nomeação do governador, geralmente, obedecendo ao critério político. Tomo como exemplo o município de Timon no estado do Maranhão, onde o ex-prefeito Napoleão Guimarães, de uma vez só nomeou 900 professoras. Desnecessário dizer, que todas elas foram nomeadas obedecendo ao critério do quem indica.

No estado do Piauí, nos últimos dias, os gestores do sistema de saúde do estado e do município de Teresina, estão a todo o momento nos telejornais, não para anunciarem boas novas, mas para falarem de caos que está instalado na capital. E o que pior: sem nenhuma solução à vista.

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