quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A república dos amigos e apadrinhados

O Brasil se fosse um país que privilegiasse a capacidade intelectual e o conhecimento especializado, não estaria hoje amargando a humilhante 73ª colocação no IDH. Uma colocação que reflete a realidade vigente. A realidade presente nos morros, favelas, polígono das secas e nas periferias de maneira geral, das grandes e médias cidades brasileiras. 

A situação do Brasil nos itens mais importantes para fazer a medição, tanto para cima como para baixo do IDH, que são: a desigualdade na distribuição de renda, educação e saúde, permanece inalterada, se observada com seriedade e sem querer tapar o sol com a peneira. Isso todo mundo percebe, bastando apenas observar de maneira critica as reais condições desses três setores. Que podem receber um reforço adicional, com a inclusão do item insegurança pública. É isso mesmo, insegurança pública, você não leu errado.

Acontece que o Brasil existe para ser o que é, ou seja, um país voltado exclusivamente para servir as elites, cujos representantes políticos não trabalham para construir uma nação digna para o seu povo, mas para atender aos interesses da burguesia nacional, que está pouco se lixando para o desenvolvimento ou o atraso do seu país. Dai não existir de parte dos nossos governantes, a preocupação em priorizar o talento, o mérito e a eficiência, com eles optando por escolher para assessorá-los, os amigos e os apadrinhados. Isso é fácil perceber, bastando apenas se dar ao trabalho de ouvir as discussões sobre as formações das novas equipes dos governos que começam a governar em 2011.

A indicação do novo ministro do STF que irá substituir ao ministro Eros Graus está sendo disputada por Álvaro Ribeiro Costa, ex-advogado geral da União, amigo de Dilma, e o atual, Luiz Adams, amigo de Lula. Esse é um exemplo de como a coisa funciona cá entre nós.

O planejamento no Brasil no que tange a administração pública, não passa de mera peça de ficção. Primeiro, porque praticamente não existe e segundo, porque quando existe, os seus operadores são políticos, que via de regra, são convocados, atendendo ao critério político, o que dispensa a participação de membros da comunidade cientifica nos governos, o que daria de saída um toque de qualidade a administração pública.

O Brasil é um pais onde tudo acontece por acaso ou por obra do destino. Não por acaso, o nosso país tem o rei do futebol. Que como todo mundo sabe, para ser um grande jogador de futebol, não é necessário estudo, planejamento e investimento. O jogador de futebol surge com mamona em terreno baldio.

Sabe quando o Brasil vai produzir um ganhador de um prêmio Nobel de física, economia, química ou outra categoria nobre? Nunca, porque no Brasil não existe planejamento focado em resultados de excelência e grandes investimentos na áreas da educação, saúde e saneamento básico.  É óbvio que ai não está incluído a elite brasileira, cujos filhos estudam fora do país. Mas mesmo assim, o Brasil não consegue produzir grandes cérebros, porque a nossa elite nunca aprendeu a pensar estrategicamente.

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