A literatura ganhará em breve uma obra singular e que evidenciará os variados aspectos históricos da cidade de São Luís. Por ocasião dos 400 anos da capital maranhense, a serem comemorados em 8 de setembro do próximo ano, o Instituto Geia lançou um grande desafio aos historiadores e amantes das letras em geral: escrever um livro em homenagem ao IV centenário da cidade para arrebatar um prêmio de 50 mil reais.
As inscrições gratuitas podem ser feitas até 8 de abril no site www.geia.org.br. Os inscritos têm até 8 de março de 2012 para a entrega dos trabalhos, que serão julgados até o dia 8 de julho de 2012. A entrega do prêmio será em 8 de setembro de 2012. O concurso é voltado para pesquisadores e interessados em História de São Luís e os trabalhos serão julgados pelos intelectuais Sebastião Moreira Duarte, José Murilo de Carvalho, Lilia Schwarcz, Laurentino Gomes e Vasco Mariz.
“São personalidades nacionalmente reconhecidas e não incluímos na comissão julgadora nenhum maranhense, para que todos possam ter a oportunidade de participar do concurso”, declarou o presidente do Instituto Geia, empresário Jorge Murad, que fez o lançamento do prêmio no Convento das Mercês.
Na opinião de historiadores maranhenses, a iniciativa do Instituto Geia é importante para o estímulo à produção literária e à pesquisa sobre elementos da história de São Luís que até o presente momento não foram trabalhados. Segundo José Henrique de Paula Borralho, historiador e professor do Departamento de História da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), o concurso estimulará outras visões sobre São Luís diferentes daquelas já instituídas.
Ele disse que um dos aspectos que poderiam ser tratados diz respeito à presença indígena no Maranhão. Os índios, segundo ele, habitavam a cidade não somente quando da chegada dos franceses, mas ao longo do processo de ocupação do território.
“Acredito que este aspecto nunca fora abordado, salvo pela professora Antônia Mota, da Universidade Federal do Maranhão. São Luís é uma cidade rica na diversidade étnica e cultural, mas têm-se abordado apenas uma única visão sobre sua história. Sabemos que há outros grupos sociais que estão ligados ao seu processo de modernização. Um exemplo são os focos de migrações, de grupos que vieram do interior para cá nas décadas de 1930, 1950 e 1970. Para onde foram parar, em quais bairros, como se organizaram. São elementos que poderiam ser abordados”, destacou o historiador.
José Henrique de Paula Borralho acredita que a iniciativa também é oportuna para que os autores discutam que cidade eles querem para os próximos anos. “Temos que casar planejamento, perspectiva de modernização e, sobretudo, que a população discuta que cidade quer para o futuro. Casar projeto de modernização com identidade”, disse.
Historiografia - Para Regina Helena Martins de Faria, professora do Departamento de História e coordenadora do Mestrado em História na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Prêmio IV Centenário acaba por suscitar trabalhos que poderão contribuir para a produção historiográfica. Ela disse que, pegando carona com a iniciativa, vários trabalhos podem ser produzidos e que, por essa razão, o saldo é sempre positivo. “O prêmio abre múltiplas possibilidades. Poderão ser abordados fatos de períodos mais recentes ou não. Podem ser trabalhas questões já tratadas em outros livros, mas com outra visão. Acredito que nossa produção é mais forte sobre o período do Império, em se tratando de Maranhão. A ideia de toda a história é bem mais trabalhosa. Acho que o trabalho que venha a ganhar será pontual”, disse a professora.
Na opinião do presidente da Academia Maranhense de Letras, Milson Coutinho a iniciativa é extraordinária. “O mais louvável de tudo nessa homenagem é o estímulo à produção literária, pois um livro é para sempre e se projeta pelo resto do mundo. Aliás, já tive três livros publicados pelo Geia. Esse prêmio é importante porque será julgado por pessoas de alta projeção. O que se tem produzido até hoje são obras fragmentadas. Em minha opinião, um fato importante seria abordar os anos de 1612 até 1640, quando estivemos subordinados aos reis da Espanha. Foi o chamado período Ibérico. Sabemos que muita coisa não foi contada. Qual era o poder das câmaras municipais, por exemplo.
Precisamos pesquisar desde a chegada dos franceses até hoje”, suscitou Milson Coutinho.(blog Maranhão Maravilha)
Serviço
• Prêmio
“IV Centenário de São Luís do Maranhão – Uma História da Cidade”, realização do Instituto Geia e patrocínio da Vale
• Inscrições
Até o dia 8 de abril, no site www.geia.org.br
Entrega dos trabalhos
Até 8 de março de 2012
• Julgamento
Até o dia 8 de julho de 2012.
• Entrega do prêmio
8 de setembro de 2012
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