A educação encarada como um comércio qualquer

A enxurrada de faculdades particulares que tomou conta do país nas últimas duas décadas acabou por comprometer a qualidade do ensino superior no Brasil, uma vez que esse tipo de ensino passou a ser praticado, como uma prática mais de natureza comercial, do que educacional.

Hoje estão registrados no MEC 1200 cursos de direitos em todo o país, com cerca de 650 mil vagas. O que reforça a idéia de comércio em que acabou se transformando esse curso, com milhares de brasileiros pagando mensalidades de um curso que após a sua conclusão, não acrescentará nada e sua vida. É que essas faculdades não ensinam, elas apenas passam o estudante de ano.

Em meio à polêmica discussão sobre obrigatoriedade ou não do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o segundo-secretário geral do Conselho Federal da OAB, advogado Marcus Vinícius Furtado Coelho, adverte que as estatísticas da instituição sobre a qualidade das graduações em Direito deixa muito a desejar.

Ele lembrou que a significativa parte dos cursos de Direito existentes no país não deveria estar funcionando. “A OAB deu parecer contrário ao funcionamento de 92% das faculdades de direito do nosso país. Infelizmente, o MEC aprova a existência deles.

O exame da Ordem dos Advogados é fundamental, porque obriga o futuro advogado a se qualificar melhor.

Com um ensino de natureza comercial e conseqüentemente de péssima qualidade, perde o estudante e perde o país, que deixa de contar com um bom profissional.

No último exame realizado pela OAB três faculdades piauienses não conseguiram aprovar nem inscrito. Isso nos dá bem uma idéia da dimensão dessa tragédia que é o ensino particular no Brasil. Ainda bem que existem as honrosas exceções. 

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