quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Suposto mandante da morte de Celso Daniel tem as costas largas

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello decidiu, em caráter liminar (provisório), suspender a ação penal que corre em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, contra Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, acusado pela morte, em 2002, do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel.

Apontado pelo Ministério Público como o mandante da morte do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel, o empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, ainda não tem data definida para ser julgado. Na avaliação do promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho, é difícil prever se o acusado sentará no banco dos réus ainda neste ano. 

Um crime bárbaro como esse ocorrido há exatos 10 anos, deve ter alguém muito poderoso por trás, uma vez que só as arraias miúdas foram julgadas e o principal acusado, durante todo esse tempo vem conseguindo o adiamento do seu julgamento.

Agora, o que causa espécie nesse crime, é o fato do defensor da primeira hora daquele que é apontado pelo ministério público como mandante da morte de Celso Daniel, ser um petista, que por uma questão de consciência moral na deveria fazê-lo, no caso, o advogado Luiz Eduardo Greenhalgh. 
     
O promotor Francisco Cembranelli provou que Celso Daniel foi vítima de uma conspiração tramada por bandidos vinculados ao PT de Santo André e consumada por um grupo de matadores profissionais, portanto, um crime de natureza política. O Brasil quer ver esclarecidas tanto a eliminação de Celso Daniel quanto a seqüência de mortes misteriosas que silenciou sete testemunhas. E quer ver na cadeia todos os culpados, ai incluídos os mandantes. As gravações podem ajudar a identificá-los. As conversas entre Sombra, Greenhalgh e Carvalho não se limitam a escancarar uma mobilização política. Documentam a movimentação do acusados.

Por uma estranha coincidência, sete pessoas envolvidas direta e indiretamente na morte do ex-prefeito de santo André (SP), o petista Celso Daniel foram mortas: Dionísio Aquino Severo, seqüestrador de Celso Daniel e uma das principais testemunhas no caso. Foi morto três meses após o crime. Sérgio, o ‘Orelha’ que escondeu Dionísio em sua casa após o seqüestro, foi fuzilado em novembro de 2002. Otávio Mercier, o Investigador da Polícia Civil que telefonou para Dionísio na véspera da morte de Daniel, foi morto a tiros em sua casa. Antonio Palácio de Oliveira, o garçom que serviu Celso Daniel na noite do crime pouco antes do seqüestro foi morto em fevereiro de 2003. Paulo Henrique Brito, que testemunhou a morte do garçom levou um tiro, 20 dias depois. Iran Moraes Redua, o agente funerário que reconheceu o corpo do prefeito jogado na estrada e que chamou a polícia em Juquitiba, morreu com 2 tiros em novembro de 2004. Carlos Delmonte Printes, o Legista que atestou marcas de tortura no cadáver de Celso Daniel foi encontrado morto em seu escritório em São Paulo, em 12 de outubro de 2005.

Forças muito poderosas agem no sentido de adiar o quanto puderem o julgamento de Sérgio Sombra, de modo a que ele não sinta forçado a delatar os seus companheiros de aventura. Não é por falta de evidências que Sérgio Sombra ainda não sentou no banco dos réus e foi condenado.

A cúpula do Partido dos Trabalhadores (PT), nunca em omento algum demonstrou real interesse em elucidar às mortes dos ex-prefeitos Celso Daniel (Santo André) e Toninho do PT (Campinas). O que ajuda a alimentar naqueles que não acreditam na inocência de Sérgio Sombra,  a suspeita de que essas duas mortes tem uma natureza política.  

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