“A violência que tomou conta do país, já pode ser tratada como uma
questão de segurança nacional, haja vista, o poder concentrado nas mãos das
facções criminosas. Facções essas, que não surgiram do nada, mas devido à
ausência do estado, sobretudo, nas periferias das grandes cidades brasileiras.
Se a violência no Brasil, não ameaçasse a segurança nacional, não seria precioso
os governos estaduais apelarem para a Força Nacional, toda vez que a violência fica
fora de controle”. (Tomazia Arouche)
O Primeiro Comando da Capital (PCC), liderado por Marcola, toda vez que ‘tocou rebu’ no estado de São Paulo, revelou a fragilidade do sistema prisional brasileiro e a incapacidade do nosso aparato de segurança, em combater o crime organizado. Se hoje, apenas uma facção criminosa como essa consegue colocar de joelhos a segurança pública brasileira, o que poderemos esperar, caso o PCC, CV e outros comandos resolverem passar por cima das suas divergências e interesses e passarem a atuar conjuntamente? O que veremos é o poder paralelo se impor, de modo a que o governo federal seja obrigado a sentar à mesa para negociar com os dirigentes de um poder que ameaça a existência do poder oficial.
Logo no início das rebeliões no presídio de Pedrinhas em São Luís do
Maranhão, a governadora Roseana Sarney solicitou junto ao governo federal, o
envio da Força de Segurança Nacional e mesmo assim, as rebeliões continuaram
acontecendo, o que demonstra a força dos criminosos, seja em São Paulo, Rio de
Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Alagoas e Maranhão.
Com as condições precárias (desumanas) e as super lotações dos presídios
em todo o país, nem mesmo Brasília, onde o governo do Distrito Federal (DF)
paga os melhores salários aos policiais, está imune às rebeliões e a atos de
selvageria e barbárie. Querer negar essa realidade é tentar jogar no colo dos
governadores, que também são vitimas de um modelo político que vem dando sinais
de fracasso e não é de hoje, uma responsabilidade que do governo central.
Se fizermos uma pesquisa nas prisões brasileiras, essa pesquisa revelará
um dado ao mesmo tempo assustador e aterrador: uma população em torno de 90%,
formada por negros, pobres, semi-analfabetos e sem profissão.
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