A formação de um bloco parlamentar que reúne 290 deputados
federais, liderado pelo deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e que contou
na sua primeira reunião com a presença do presidente da Câmara Federal, o peemedebista
Henrique Eduardo Alves do PMDB do Rio Grande do Norte, deve ter acendido a luz
amarela no Palácio do Planalto que já andava meio ressabiado com um partido que
vem declinando dos ministérios oferecidos pela presidenta Dilma Rousseff.
O encontro ocorreu no apartamento funcional do
deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG). Terminou perto da 1h, já na madrugada de
quinta (20). Além do PMDB, estavam representados os pseudogovernistas PP, PR,
Pros, PDT, PTB, PSD e PSC. Lá estava também o deputado paranaense Fernando
Franscischini, líder do recém-fundado Solidariedade (SDD), hoje alinhado à
candidatura presidencial do tucano Aécio Neves.
O PMDB vem usando
estrategicamente esse seu posicionamento, para forçar o PT a negociar
coligações estaduais, de olho na eleição de governadores e no aumento da sua bancada
no Congresso Nacional. O partido liderado pelo vice-presidente da república
Michel Temer e candidato á reeleição na chapa encabeçada por Dilma Rousseff,
desistiu dos ministérios que lhes foram oferecidos, por dois motivos: o primeiro,
por se tratar de ministérios de curta duração e segundo, porque não aceita retirar
a candidatura do senador Eunicio Oliveira ao governo do estado do Ceará, para
favorecer o projeto político dos irmãos Cid e Ciro Gomes.
Esse bloco parlamentar
que vai funcionar independentemente da orientação partidária, liderado pelo
PMDB, coloca mais poder nas mãos de um partido que sozinho já provoca calafrios
na cúpula do PT e no governo Dilma Rousseff.
O PT e o seu governo,
para não serem abandonados pelo PMDB que para o lado que pender ajuda na
eleição do candidato à presidência república, torna-se cada dia mais refém de
um aliado eventual e pouco confiável.
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