Pensando
bem, até que com mais um pouco de sacrifício nós os brasileiros da classe média
e pobre ainda podemos ajudar o nosso país, mas não vale a pena.
É inegável que o Brasil atravessa um momento muito turbulento, com várias crises acontecendo simultaneamente. É a crise da Petrobras, a crise política que envolve dois partidos aliados, a crise de energia elétrica, a crise hídrica e a crise de confiança dos investidores internos e externos na economia brasileira. E isso exige sacrifício de todos nós.
O que podemos fazer pelo Brasil? Nada, absolutamente nada,
porque a nossa cota de sacrifício pelo país esgotou-se e quando formulo essa
pergunta que dá título a este texto é óbvio que estou me referindo ao cidadão
comum, porque as elites brasileiras, essas só tem usufruído das riquezas e dos
recursos públicos disponíveis neste país e nada sugere que estejam dispostas a se sacrificarem por melhorias coletivas.
Não por acaso, os envolvidos nos escândalos do Mensalão
e do Petrolão são pessoas oriundas da nossa elite econômica e política. Não necessariamente nesta ordem. Foi
assim também nos escândalos que provocaram o impeachment do ex-presidente da
república e atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), um político e
empresário alagoano. E nesses escândalos essas duas elites saquearam os cofres públicos.
É claro que a leniência do Poder Judiciário e a
frouxidão das nossas leis também colaboram para o clima de impunidade reinante
no Brasil, o que funciona para os bandidos de colarinho branco, marrom ou cinza, como um estimulo para continuarem agindo como quem acredita piamente na impunidade.
Ninguém é tolo ao ponto de acreditar que a pena capital
ou pena de morte será capaz de acabar com o crime hediondo no Brasil, mas que ela inibe,
ah sim, inibe. Tomemos como exemplo à execução do brasileiro Marco Archer na Indonésia. Qual
o estrangeiro que se arrisca a ser morto por fuzilamento nesse, após sofrer muitos
anos de tortura psicológica? Só uma pessoa maluca ou obrigada por uma divida é capaz
de colocar o seu pescoço à prêmio.
A maioria do povo brasileiro vive sacrificada e sem perspectivas de melhoria da sua condição de vida porque o Brasil continua sendo administrado para atender os interesses das nossas elites que detém o poder político, econômico e judiciário.
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