Os
amigos Delcídio Amaral e Walter Pinheiro
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“Ao sentir-se abandonado, ele ameaça contar
segredos capazes de encrencar outras pessoas. O movimento tem o ritmo da
chantagem, feita por alguém que espera obter proteção”.(do blog do Josias de
Souza)
“Como votou o Waltinho?”, foi à primeira pergunta
feita pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) às primeiras pessoas que tiveram
acesso a ele, depois da sessão extraordinária do Senado que autorizou a
continuação da sua prisão. O Waltinho a que se referia o senador preso, era o
senador Walter Pinheiro (PT-BA), um dos maiores amigos de Delcídio Amaral e um
dos maiores interlocutores desse senador que caiu em desgraça ao ser gravado
por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, um dos implicados no escândalo
do Petrolão. O fato de Waltinho ter votado pela continuação da sua prisão
deixou Delcídio Amaral bastante irritado.
Algumas perguntas feitas pelos delegados da Polícia
Federal (PF) ao senador Delcídio Amaral, seguidas de um longo silêncio de parte
do depoente deixaram bastante intrigados os policiais federais, membros do
Partido dos Trabalhadores (PT), o Palácio do Planalto e particularmente, o
presidente do PMDB e vice-presidente da república, Michel Temer que antes mesmo
desse primeiro depoimento de Delcídio, já tinha ficado furioso ao saber que o
seu nome constava na fita gravada por Bernardo Cerveró, onde o senador Delcídio
Amaral diz que Michel Temer é uma pessoa muito ligada ao ex-diretor da
Petrobras e réu na Operação Lava Jato, Jorge Zelada.
A leitura que a imprensa e pessoas ligadas aos
nomes citados nessa gravação fazem é que o silêncio longo de Delcídio Amaral
representa uma ameaça velada aos seus ex-correligionários de partido que o
abandonaram na hora mais necessária.
O ex-presidente Lula, que em entrevista chamou
Delcídio Amaral de "imbecil", uma declaração negada pelo ex-presidente e pelo
Instituto Lula e mais a nota divulgada pelo PT, onde o partido desse senador
encalacrado o abandona a sua própria sorte, poderá levar Delcídio Amaral a
radicalizar nas suas posições contra o governo, Lula, o PT e seus ex-amigos e
senadores.
por Francisco de Assis Bandeira de Mello Albuquerque
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