O título deste texto nos remete a um caso que se tornou famoso: Estamos em 1745, na Prússia. Um moleiro
tinha o seu moinho nas cercanias do palácio do rei Frederico 2º, déspota
esclarecido, amigo dos intelectuais. Um dos puxa-sacos do soberano tentou
removê-lo dali, porque julgava que aquilo maculava a paisagem. Ele se negava a
sair. Frederico o chamou para saber a que se devia a sua resistência. E ele,
então, teria dito a célebre frase: “Ainda há juízes em Berlim”. Para o moleiro,
a Justiça, aquela com a qual contava, não haveria de distingui-lo do rei. É
isso aí. A história parece verdadeira. A frase é coisa de escritor. É de
autoria de François Andrieux, que escreveu, em versos, o conto O
Moleiro de Sans-Souci.
A propósito, o senador
Ricardo Ferraço (PSDB-ES) decidiu
apresentar, com base nas sugestões feitas pelo juiz federal Sérgio Moro, duas
emendas ao projeto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-DF), que
regulamenta o abuso de autoridade no país, com vistas. “O juiz Moro nos
apresentou impressões que reforçaram minha convicção. Precisamos ‘resistir’,
pois não faz qualquer sentido criminalizar ações de quem está combatendo a
impunidade, passando o país a limpo através da Operação Lava-Jato. As
investigações estão lavando a alma do povo brasileiro”, disse Ferraço.
O senador Ricardo
Ferraço ao usar na sua frase acima, o termo resistir, quis dizer que é preciso
conter a sanha do presidente do Senado e dos partidos de esquerda que viram no
desejo de vingança do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) contra a Operação Lava-Jato
e o Poder Judiciário, o MPF e a Polícia Federal uma oportunidade para acertar
contas com um juiz que já mandou o xilindró (ver o céu nascer quadrado), alguns
dos maiores expoentes da esquerda brasileira, como figurões do PT e a possível prisão
de Luís Inácio Lula da Silva.
A sorte da Operação Lava-Jato,
do juiz Sérgio Moro, dos procuradores da república e da Polícia Federal é poder
contar com o apoio da sociedade brasileiras e das Forças Armadas que acompanham
com muito interesse o maquiavelismo de políticos, como Renan Calheiros, Eduardo
Cunha e os novos convertidos à política do PMDB, no caso, os partidos PT, PC do
B, PSB, PDT, PSOL e Rede. Ocorre que todos esses partidos foram favoráveis ao
enriquecimento ilícito ao desfigurarem o pacote de emendas contra à corrupção.
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