sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Ainda há políticos em Brasília


O título deste texto nos remete a um caso que se tornou famoso: Estamos em 1745, na Prússia. Um moleiro tinha o seu moinho nas cercanias do palácio do rei Frederico 2º, déspota esclarecido, amigo dos intelectuais. Um dos puxa-sacos do soberano tentou removê-lo dali, porque julgava que aquilo maculava a paisagem. Ele se negava a sair. Frederico o chamou para saber a que se devia a sua resistência. E ele, então, teria dito a célebre frase: “Ainda há juízes em Berlim”. Para o moleiro, a Justiça, aquela com a qual contava, não haveria de distingui-lo do rei. É isso aí. A história parece verdadeira. A frase é coisa de escritor. É de autoria de François Andrieux, que escreveu, em versos, o conto O Moleiro de Sans-Souci.

A propósito, o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) decidiu apresentar, com base nas sugestões feitas pelo juiz federal Sérgio Moro, duas emendas ao projeto do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-DF), que regulamenta o abuso de autoridade no país, com vistas. “O juiz Moro nos apresentou impressões que reforçaram minha convicção. Precisamos ‘resistir’, pois não faz qualquer sentido criminalizar ações de quem está combatendo a impunidade, passando o país a limpo através da Operação Lava-Jato. As investigações estão lavando a alma do povo brasileiro”, disse Ferraço.   

O senador Ricardo Ferraço ao usar na sua frase acima, o termo resistir, quis dizer que é preciso conter a sanha do presidente do Senado e dos partidos de esquerda que viram no desejo de vingança do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) contra a Operação Lava-Jato e o Poder Judiciário, o MPF e a Polícia Federal uma oportunidade para acertar contas com um juiz que já mandou o xilindró (ver o céu nascer quadrado), alguns dos maiores expoentes da esquerda brasileira, como figurões do PT e a possível prisão de Luís Inácio Lula da Silva.    

A sorte da Operação Lava-Jato, do juiz Sérgio Moro, dos procuradores da república e da Polícia Federal é poder contar com o apoio da sociedade brasileiras e das Forças Armadas que acompanham com muito interesse o maquiavelismo de políticos, como Renan Calheiros, Eduardo Cunha e os novos convertidos à política do PMDB, no caso, os partidos PT, PC do B, PSB, PDT, PSOL e Rede. Ocorre que todos esses partidos foram favoráveis ao enriquecimento ilícito ao desfigurarem o pacote de emendas contra à corrupção.

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