“A
máquina está eliminando o trabalho humano e isso não vai acabar bem. Pensem
nisso!”. (Tomazia
Arouche)
O emprego formal está desaparecendo e em seu lugar está
sendo colocado o emprego informal, parcial, temporário, terceirizado e
precário. O que ainda resta de emprego formal é de uma rotatividade impressionante,
o que praticamente elimina qualquer chance ou possibilidade do trabalhador vir
a se aposentar aos 85 anos. Aos 85 anos todos nós estaremos inválidos e imprestáveis
para qualquer tipo de atividade laboral.
Na terceirização do trabalho estão embutidas todas as características
do novo trabalhado assalariado. As transformações, presentes ou em curso em
maior ou menor escala, dependendo de inúmeras condições econômicas, sociais,
culturais, políticas e étnicas nos diversos países onde são vivenciadas, penetram
fundo no operariado industrial tradicional, acarretando metamorfoses no
trabalho.
A crise do trabalho atinge também fortemente o universo da
consciência, da subjetividade dos trabalhadores, das suas formas de
representação e associação das quais os sindicatos são expressão. Com o fim do
trabalho manual e a consequente ocupação das fábricas e de qualquer atividade
humana pelo computador e robô, o trabalhador empregado não se sindicaliza, para
não ser mandado embora do emprego, caso reivindique seus direitos trabalhistas
assegurados em leis. Nesse caso a lei é como se fosse uma letra morta, porque
para o trabalhador é preferível o emprego do que a garantia de qualquer
direito.
Se o homem perde espaço para a máquina que não contribui
para o INSS, a previdência, seja ela pública ou privada, não interessa ao
trabalhador, porque o trabalhador vai morrer sem completar o tempo de serviço
necessário para sua aposentadoria.
Sem que os governos e o setor privado façam um acordo para
o emprego da tecnologia no ambiente de trabalho, todos irão sofrer às consequências
com o fim do trabalho humano. Como a máquina não consome alimentos, roupas, água
e energia elétrica, não estará longe o dia em que a economia vai sofrer um tranco.
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