“Este país não pode
dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme, traficante se vicia
e pobre é de direita”. (Frase do cantor e compositor Tim Maia)
Não pode dar certo um país, cujo maior herói é o
personagem Macunaíma, idealizado e criado pelo escritor Mário de Andrade, que
com a sua narrativa de caráter mitológico, busca com essa sua obra interpretar
o nosso caráter. E consegue. Um caráter que tem se revelado pusilânime, com uma
natureza preguiçosa e brincalhona. Características essas que se manifestam, até
nos momentos mais sérios e turbulentos da vida nacional.
Macunaíma nasce com as suas fraquezas de caráter, inerente
a um ser que não pode ser levado a sério, que sobrevive de traquinagens e que vive
se reinventando. Qualidades que são facilmente encontradas no povo brasileiro,
de A a Z.
Querer exigir de nós, povo brasileiro, um caráter sem
deformação e movido por uma vontade resoluta, é exigir demais de um povo de
natureza dócil, influenciável, do tipo Maria vai com as outras.
O Brasil não é um país sério, porque formado por
brasileiros, um povo forjado e inspirado na natureza do herói idealizado e inventado
por Mário de Andrade.
Com essa sua frase que abre este texto, o cantor e
compositor Sebastião Rodrigues Maia (Tim
Maia), também tenta interpretar o nosso caráter de povo volúvel, festeiro, sem seriedade e excessivamente
alegre.
É óbvio que existe numa população de mais de 200 milhões
de almas, brasileiros que contrariam essa lógica que faz da maioria do povo
brasileiro uma repetição de Macunaíma. Esses são o que nós chamamos de honrosas
exceções.
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