quarta-feira, 22 de novembro de 2017

A poesia segundo Maria Firmina dos Reis


Ela!

(A pedido)
 
Ela! Quanto é bela, essa donzela,
A quem tenho rendido o coração!
A quem votei minh'alma, a quem meu peito
Num êxtase de amor vive sujeito...
Seu nome!... não - meus lábios não dirão!
 
Ela! minha estrela, viva e bela,
Que ameiga meu sofrer, minha aflição;
Que transmuda meu pranto em mago riso.
Que da terra me eleva ao paraíso...
Seu nome!... Oh! meus lábios não dirão!
 
Ela! virgem bela, tão singela
Como os anjos de deus. Ela... oh! não,
Jamais o saberá na terra alguém,
De meus lábios, o nome que ela tem...
Que esse nome meus lábios não dirão.



O amor eu não usa dizer seu nome”. (Oscar Wilde) 
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Eu não te ordeno, te peço,
Não é querer, é desejo;
São estes meus votos - sim.
Nem outra cousa eu almejo.
E que mais posso eu querer?
Ver-te Camões, Dante ou Milton,
Ver-te poeta - e morrer.


Maria Firmina dos Reis, foi uma escritora brasileira, considerada a primeira romancista brasileira. Maria Firmina dos Reis nasceu na Ilha de São Luís do Maranhão. Negra e bastarda, enfrentou a barreira dos preconceitos e publicou, em 1859, o romance Úrsula, considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil e um dos primeiros escritos produzidos por uma mulher brasileira. A 11ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), homenageou essa poeta e escritora maranhense.

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