A saia pode
ser mini. O corpo pode estar com uns quilinhos a mais. A cozinha pode não ser o
seu forte. O trabalho pode ser sua prioridade. Outra mulher pode ser sua opção.
O que não pode ser mini é a mente das pessoas. O que não pode estar a
mais é a cobrança pela perfeição. O que não pode ser o seu forte é
satisfação alheia. O que não pode ser prioridade jamais é a desigualdade entre
os gêneros. O que não pode ser uma opção nunca é o preconceito. E o que pode ser
sempre como quiser? As mulheres!
Um misto de
sensibilidade, força e atitude. Assim são as mulheres. O ser mais singular que
existe por ser feito de tantos plurais. Só as mulheres conseguem ser tão
contraditórias e uniformes ao mesmo tempo. Só as mulheres conseguem ter tanto
antagonismo em uma só personalidade. Só as mulheres conseguem viver dramas
sorrindo. Só as mulheres conseguem ter muita coragem cheia de medos. Só as
mulheres conseguem ser o que só elas conseguem.
Ah, as
mulheres! Tantas complicações, confusões e interpretações em um universo tão
diverso, que muitas vezes, só elas entendem – ou não. Eu posso afirmar,
como mulher, que somos bivolt: vamos de 110 a 220 facilmente e também
funcionamos em qualquer voltagem que nos colocarem, talvez esse seja o nosso
maior poder. E é da nossa natureza ser mutável e adaptável. Mas o que mais
incomoda a alma feminina são as condenações limitadas e engessadas de
prerrogativas para mantê-las dentro da caixa que não as cabe.
Quando as
mulheres usam sais curtas ou decotes, elas não estão querendo, nem muito menos
pedindo, para serem assediadas ou estupradas. Elas não estão se oferecendo.
Apenas estão usando saias curtas e decotes. Porque gostam, porque querem e
porque são livres para usar.
Quando as
mulheres gostam de se arrumar, usam maquiagem, gastam dinheiro com sapatos e
bolsas, se preocupam com a beleza, querem estar de cabelos arrumados e unhas
feitas, não quer dizer que elas são superficiais e fúteis. Apenas estão fazendo
coisas normais para se sentirem bem consigo mesmas.
Quando as
mulheres não estão afim ou não sabem cozinhar, e em vez disso, cuidam de suas
carreiras e vida profissional, não significa que elas não são mulheres para
casar ou não estão aptas para exercer o seu papel. (Aliás, que papel? O de Amélia?).
Elas apenas não têm dotes culinários e preferem o escritório. E quando as
mulheres mandam bem na cozinha, não trabalham fora, cuidam do marido e dos
filhos, não quer dizer que ela não é uma mulher moderna e é submissa. Apenas
que tem a casa e a família como prioridades.
Quando as
mulheres estão de jeans rasgado, chinelo, uma camiseta qualquer, sem maquiagem
e até com uns quilinhos a mais, não querem demonstrar que são relaxadas ou
muito menos que não são mulheres. Apenas querem de vez em quando, ou sempre,
estar dentro de um padrão que elas gostam e não o que a sociedade impõe.
Quando as
mulheres se relacionam com outras mulheres, com homens, são solteiras aos 35,
em cada festa beijam um diferente ou guardam sua virgindade para depois do
casamento, não significa que existem “mulheres” e “mulheres”. Apenas que
existem mulheres que querem ser feliz diante de suas escolhas.
Quando as
mulheres estão chatas, carentes, loucas e irritadas na TPM, elas não estão com
frescura. Apenas estão com Tensão Pré Menstrual, sentido dores absurdas, com o
corpo inchando e tendo que agir normalmente.
Quando as
mulheres não choram por qualquer coisa, não gostam de ganhar flores e não fazem
a linha princesa, não é porque elas são insensíveis. Apenas não demonstram seus
sentimentos como a maioria espera. Quando as mulheres se derretem facilmente e
choram por qualquer bobagem, não quer dizer que elas são frágeis. Apenas têm os
sentimentos mais a flor da pele.
E quando as
mulheres conseguem ser tudo isso, não significa que elas têm transtorno bipolar
ou enlouqueceram. Elas apenas estão sendo mulheres. Muitas, em uma só. E nada
tem a ver com um manifesto feminista ou machista, porque ser mulher de verdade
vai além de qualquer ideologia. No fundo, no fundo todas só querem compreensão
pelo caminho que decidiram seguir, sem qualquer tipo julgamento, rótulo ou
enquadramento pré-concebido por quem quer que seja.
Num dia tão
emblemático e comemorativo, o dia escolhido para lembrar a luta e real
importância das mulheres na sociedade, espero que não se sobressaia qualquer
coisa passageira e menos relevante do que aquilo que deve ser lembrado durante
todos os outros dias do ano e o que todas as mulheres de fato merecem:
RESPEITO!
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