quarta-feira, 7 de março de 2018

A máquina é inimiga do homem



É óbvio que as novas tecnologias geram emprego, mas não na quantidade necessária, para que o homem não se torne obsoleto. Só as pessoas brutas e mal intencionadas são capazes e não enxergam essa cruel e triste realidade”. (Tomazia Arouche)   

Enquanto a automatização reduz o número de empregos dependentes da força física, a inteligência artificial evolui a ponto de assumir ocupações tipicamente humanas. Isso pode ser mais preocupante do que reconfortante”. (Ana Carolina Nunes)

O neoludismo ou novo ludismo é uma corrente filosófica que se opõem ao desenvolvimento tecnológico e científico da sociedade moderna. Esse termo se aplica as pessoas que tem fobia a tecnologia. Geralmente se associa esse aos luditas britânicos, movimento ativo entre 1811 e 1817. Tanto os luditas como os neoluditas se preocupam com o impacto tecnológico sobre os indivíduos, suas comunidades e o meio ambiente. O neoludismo menos radical do que o ludismo, exige que as novas tecnologias sejam testadas e seguras antes de serem adotadas pela sociedade, devido aos efeitos desconhecidos que a implementação dessas tecnologias poderia trazer.

O emprego de novas tecnologias sem nenhum critério como meios de produção, sem levar em consideração os efeitos que elas produzirão sobre o trabalho humano, acabará fatalmente tornando o homem obsoleto e sem um lugar no mundo. 

É comum dizermos que a tecnologia nos torna a vida mais fácil. O processo de automatização do setor industrial permite-nos comprar produtos mais baratos. Mas também levanta a grande questão: será que, no futuro, os robôs e computadores vão tirar os postos de trabalho aos humanos? Que lugar terão os humanos na sociedade e na economia? A substituição do homem pela máquina vem acontecendo de maneira acelerada e preocupante. Em nome da produtividade e do lucro, o empresário não tem nenhum pudor em optar pela máquina em detrimento do humano.   

“Os métodos de trabalho conheceram uma evolução drástica desde a Revolução Industrial do início do século 19, um fenômeno que lançou as bases do mercado de trabalho. Passamos para a produção em massa, assistimos ao aumento da procura global por vagas e criação de emprego e ao surgimento da classe média. Hoje em dia, vivemos a Quarta Revolução Industrial e chegou a hora de tomar decisões sobre o caminho que deveremos realmente seguir. Priorizando o homem ou a máquina”.

Sete em cada dez trabalhadores europeus precisam ter competências digitais. Um em cada três não tem qualquer conhecimento na área, e metade das pessoas em atividades pouco qualificadas não trabalham com tecnologia.
 
Estima-se que 9% do emprego no mundo desenvolvido esteja prestes a tornar-se automatizado. Um em cada quatro postos de trabalho, está a transitar para o mundo digital, numa lógica de obter cada vez mais produtividade. Hoje, na indústria automobilística brasileira, só cinco por cento da linha de montagem é executada pelo homem.  

Sem que seja firmado um pacto entre o mundo corporativo e o governo no sentido do emprego da máquina na atividade laboral, o homem vai acabar se transformando em vigia de máquina ou completamente obsoleto.   

O capitalismo vive uma nova contradição, porque ao mesmo tempo que estimula o uso da máquina (robô e computador), joga contra os interesses do mercado consumidor, uma vez que à máquina não consome. E não resta dúvida que o consumo é a alma do próprio capitalismo. Sem consumo, ninguém compra, ninguém vende e ninguém produz. Numa palavra, não há emprego. Com colaboradores

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