quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A poesia segundo Odylo Costa, filho


Soneto da felicidade


Não receies, amor, que nos divida
um dia a treva de outro mundo, pois
somos um só, que não se faz em dois
nem pode a morte o que não pode a vida.
 

A dor não foi em nós terra caída
que de repente afoga mas depois
cede à força das águas. Deus dispôs
que ela nos encharcasse indissolvida.
 

Molhamos nosso pão quotidiano
na vontade de Deus, aceita e clara,
que nos fazia para sempre num.
 

E de tal forma o próprio ser humano
mudou-se em nós que nada mais separa
o que era dois e hoje é apenas um.

Odylo Costa, filho, jornalista, cronista, novelista e poeta, nasceu em São Luís, MA, em 14 de dezembro de 1914, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 19 de agosto de 1979. Foi chefe de redação do Jornal do Brasil, de cuja renascença participou decisivamente.

Siga os blogs Diário do Homem Americano e Dom Severino no Twitter, no Face book e no Google.

Nenhum comentário: