segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Política sem pudor

Ouvir do próprio presidente da república, dize-lo que o futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o desembargador federal Kassio Nunes será um ministro alinhado com ele - é o mesmo que dizer que esse novo ministro obedecerá às ordens do presidente da república.

Uma manifestação que soa no mínimo desrespeitosa para com a Suprema Corte, um órgão de cúpula do Poder Judiciário. Um poder em tese independente, cujos membros não devem obediência ao chefe do Poder Executivo federal. Em que pese a indicação de um novo ministro caiba ao presidente da república.

Com base nessa manifestação do presidente Jair Messias Bolsonaro, os ministros indicados por para o STF e STJ, assim como o Procurador-Geral da República lhes deverão uma gratidão eterna e nisso está implícito certa reciprocidade ou uma retribuição pelo ato de bondade e generosidade do presidente da república ao conceder um mimo vitalício ao sortudo.   

Embora a legislação brasileira faculte o direito de escolher e indicar um novo ministro do STF ou do STJ, espera-se que o ministro escolhido seja um ministro de estado e não um ministro do presidente de plantão.

Essa atitude do presidente Jair Messias Bolsonaro ao afirmar que o futuro ministro do STF será alinhado com ele, de certo modo constrange o seu ungido.

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