Uma queda previsível, essa do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pela série de conflitos que ele criou com países da importância dos EUA, da República Popular da China, da República da Índia e União Europeia. Os dois primeiros, os principais parceiros comerciais do Brasil.
Até pouco tempo, o Brasil era um país sem inimigos. Mantínhamos boas relações com todos os países, independentemente das ideologias políticas de seus governos circunstanciais, como são todos os governos.
Sempre que havia um conflito, especialmente em nossa região, o Brasil era visto como o ator mundial capaz de moderar e articular soluções negociadas e pacíficas para a crise, em consonância com os princípios constitucionais que regem nossa política externa.
Desde a época do Barão do Rio Branco e de Oswaldo Aranha que nos tornamos especialistas na dificílima e delicada arte da negociação. Consolidamos nossas fronteiras sem disparar um único tiro.
Sob o governo Bolsonaro, o Brasil criou fricções com a China e os EUA, os nossos principais parceiros comerciais, com os quais mantemos parcerias estratégicas muito densa, estabelecidas desde muito tempo. No ano passado, exportamos mais que o dobro para a China do que para os EUA.
Um admirador do ex-presidente dos EUA, Donald Trump e um arrebatado admirador dos governos extremistas de direita, como o da Áustria, o chanceler Ernesto Araújo conseguiu isolar o Brasil de tal maneira que o nosso país é hoje considerado um “pária do mundo”. Um estado pária é uma nação cuja conduta é considerada fora das normas internacionais de comportamento por parte ou por toda comunidade internacional ou por algumas das grandes potências. Um estado pária poderá enfrentar o isolamento do resto do mundo e até sanções.
A propósito, o presidente Jair Messias Bolsonaro ao aceitar a pressão do Congresso Nacional para demitir o agora ex-ministro da Relações Exteriores, Ernesto Araújo, resolveu promover uma ampla reforma ministerial ao trocar seis ministros. Ministros militares, inclusive.
O presidente Jair Bolsonaro realizou nesta segunda-feira (29) uma reforma ministerial com seis trocas no primeiro escalão do governo. As mudanças foram confirmadas em uma nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social.
A amplitude da reforma surpreendeu. Até o fim de semana, somente a substituição de Ernesto Araújo era tida como provável para os próximos dias. Mas Bolsonaro aproveitou a saída de Araújo para realizar uma mudança maior.
O presidente Bolsonaro no seu terceiro ano de governo bate cabeça sem saber o que fazer em meio a uma carnificina provocada pela pandemia da Covid-19, uma crise econômica monumental e uma crise política que ameaça se transformar numa grave crise institucional.
Nenhum comentário:
Postar um comentário