O ex-presidente da república José Sarney completa 90 anos nesta sexta
(24), e sua biografia traz muitas lições para o momento de turbulência,
incertezas e ameaças a democracia pelo qual estamos passando.
No dia de hoje, data em que o ex-presidente da república José Sarney faz,
90 anos, o presidente do Superior Tribunal Federal (STF), o ministro Dias
Toffoli lhe faz uma grande homenagem num artigo publicado no site UOL do grupo
Folha.
Desse artigo
nós extraímos uma parte: “A biografia de
Sarney traz muitas lições para o momento delicado pelo qual passamos. Ele
sempre escolheu o caminho do diálogo, da conciliação e da manutenção da
institucionalidade, em prol do bem maior que é a democracia. Disse ele:
“[m]inha contribuição, a maior de todas, foi não ter deixado a democracia
morrer nas minhas mãos. Que ela se consolide, dê frutos, faça a felicidade do
povo e seja forte para resistir a perigos”, diz Dias Toffoli.
Após a morte
de Tancredo Neves, José Sarney, o vice eleito, assume a Presidência da
República, mesmo contra a vontade de muitos líderes políticos, inclusive do seu
próprio partido o PMDB e a responsabilidade pela implantação da Nova República.
Soube dialogar com diferentes forças políticas, das alas mais à esquerda às
lideranças militares. Aplacou os ânimos e buscou o desarmamento dos espíritos.
Promoveu, assim, a estabilidade política necessária à continuidade do projeto
democrático. E o mais importante: apostou e investiu na reconciliação, na
pacificação e na união nacional.
Uma das
primeiras medidas “radicais” tomadas pelo presidente da república José Sarney,
foi colocar na legalidade os partidos comunistas que existiam na
clandestinidade.
Em 1985, em
meio ao renascimento dos movimentos sociais, Sarney enfrentou mais de 500
greves. Não obstante, restituiu as liberdades públicas ao povo: convocou a
Assembleia Nacional Constituinte, restabeleceu os partidos que estavam na
clandestinidade, conferiu liberdade aos sindicatos, garantiu o voto aos
analfabetos e pôs fim à censura.
Sob o governo
Sarney, os sindicatos sob intervenção foram devolvidos às suas categorias com a
promessa de que não haveria mais intervenções do governo federal sob nenhum
pretexto. Os dirigentes sindicais cassados foram anistiados. Foi estimulada a
negociação direta entre patrões e empregados. A greve foi reconhecida como um
direito do trabalhador.
No seu governo, foram lançados os primeiros planos
para tentar conter a inflação. O que mais se aproximou de ter sucesso foi o
Plano Cruzado, de 1986, que em princípio conteve o aumento dos preços e elevou
o poder aquisitivo da população. Mas o fim do congelamento de preços forçados pelos
cardeais do MDB que queriam eleger o maior número de governadores fez com que
esse plano fracasse, embora o MDB tenha elegido o maior número de governadores,
como desejava as suas principais lideranças, capitaneadas por Ulisses
Guimarães, no início de governo Sarney um tipo de superministério ou primeiro
ministro.
José Sarney é
um homem dotado de muitas virtudes e também de muitos defeitos, como qualquer
ser humano, mas as virtudes desse político maranhense se destacam, como o
compromisso com a democracia. Como ele expressa neste seu pensamento: “Durante meu mandato como presidente da
república a história se contorceu, mas a democracia não murchou nas minhas mãos”.
Podemos afirmar sem medo de sermos tomados por admiradores
ingênuos que José Sarney escancarou a democracia no Brasil durante todo seu
mandato.
Os servidores públicos até hoje reconhecem o
empenho e a dedicação de José Sarney em valorizá-los.
Convém dizer que José Sarney foi um político brasileiro
com dimensão internacional. Parabéns e vida mais longa José Ribamar Ferreira de
Araújo Costa (José Sarney).
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