sexta-feira, 24 de abril de 2020

José Sarney: enfim, o reconhecimento







O ex-presidente da república José Sarney completa 90 anos nesta sexta (24), e sua biografia traz muitas lições para o momento de turbulência, incertezas e ameaças a democracia pelo qual estamos passando.

No dia de hoje, data em que o ex-presidente da república José Sarney faz, 90 anos, o presidente do Superior Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli lhe faz uma grande homenagem num artigo publicado no site UOL do grupo Folha.

Desse artigo nós extraímos uma parte: “A biografia de Sarney traz muitas lições para o momento delicado pelo qual passamos. Ele sempre escolheu o caminho do diálogo, da conciliação e da manutenção da institucionalidade, em prol do bem maior que é a democracia. Disse ele: “[m]inha contribuição, a maior de todas, foi não ter deixado a democracia morrer nas minhas mãos. Que ela se consolide, dê frutos, faça a felicidade do povo e seja forte para resistir a perigos”, diz Dias Toffoli.

Após a morte de Tancredo Neves, José Sarney, o vice eleito, assume a Presidência da República, mesmo contra a vontade de muitos líderes políticos, inclusive do seu próprio partido o PMDB e a responsabilidade pela implantação da Nova República. Soube dialogar com diferentes forças políticas, das alas mais à esquerda às lideranças militares. Aplacou os ânimos e buscou o desarmamento dos espíritos. Promoveu, assim, a estabilidade política necessária à continuidade do projeto democrático. E o mais importante: apostou e investiu na reconciliação, na pacificação e na união nacional.

Uma das primeiras medidas “radicais” tomadas pelo presidente da república José Sarney, foi colocar na legalidade os partidos comunistas que existiam na clandestinidade.

Em 1985, em meio ao renascimento dos movimentos sociais, Sarney enfrentou mais de 500 greves. Não obstante, restituiu as liberdades públicas ao povo: convocou a Assembleia Nacional Constituinte, restabeleceu os partidos que estavam na clandestinidade, conferiu liberdade aos sindicatos, garantiu o voto aos analfabetos e pôs fim à censura.

Sob o governo Sarney, os sindicatos sob intervenção foram devolvidos às suas categorias com a promessa de que não haveria mais intervenções do governo federal sob nenhum pretexto. Os dirigentes sindicais cassados foram anistiados. Foi estimulada a negociação direta entre patrões e empregados. A greve foi reconhecida como um direito do trabalhador.

No seu governo, foram lançados os primeiros planos para tentar conter a inflação. O que mais se aproximou de ter sucesso foi o Plano Cruzado, de 1986, que em princípio conteve o aumento dos preços e elevou o poder aquisitivo da população. Mas o fim do congelamento de preços forçados pelos cardeais do MDB que queriam eleger o maior número de governadores fez com que esse plano fracasse, embora o MDB tenha elegido o maior número de governadores, como desejava as suas principais lideranças, capitaneadas por Ulisses Guimarães, no início de governo Sarney um tipo de superministério ou primeiro ministro.

José Sarney é um homem dotado de muitas virtudes e também de muitos defeitos, como qualquer ser humano, mas as virtudes desse político maranhense se destacam, como o compromisso com a democracia. Como ele expressa neste seu pensamento: “Durante meu mandato como presidente da república a história se contorceu, mas a democracia não murchou nas minhas mãos”.

Podemos afirmar sem medo de sermos tomados por admiradores ingênuos que José Sarney escancarou a democracia no Brasil durante todo seu mandato.

Os servidores públicos até hoje reconhecem o empenho e a dedicação de José Sarney em valorizá-los.

Convém dizer que José Sarney foi um político brasileiro com dimensão internacional. Parabéns e vida mais longa José Ribamar Ferreira de Araújo Costa (José Sarney).  

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