quinta-feira, 30 de abril de 2020

Paulo Guedes tenta nos convencer da existência de um país que não existe


Só que a nossa realidade é absurdamente diferente, isso dito com base no comportamento da economia mundial, que segundo fontes do Fundo Monetário Internacional (FMI), aponta para uma recessão igual ou pior que a verificada na Grande Depressão - que começou no ano de 1929 e que persistiu até o ano de 1930. Um país com quase 50 milhões de desempregados formais, não é absolutamente um Mar de Rosas, muito pelo contrário, é um país que vive o seu pior momento nas suas últimas quatro décadas.  

Já dissemos aqui neste espaço que o otimismo e os números com que o ministro da Economia, Paulo Guedes trabalha é deveras compreensível do ponto de vista dele, porque incompreensível seria ele trabalhar com uma realidade bem diferente daquilo que ele insiste em querer nos convencer. O seu otimismo é uma tentativa de manter a moral do seu governo elevada e impedir que o pânico que já está instalado no país em função do Covid-19 amplie-se e que paralise ainda mais este país.

No dia de ontem (29), as presenças do ministro da Economia, Paulo Guedes e do chefe da Casa Civil, general Braga Neto nas principais redes de televisão para dizerem que não existe ou existiu um estresse entre esses dois ministros não convenceu ninguém, uma vez que quando não existe um clima de tensão entre ministros de um mesmo governo, não há razão para uma justificativa tão longa.

Raciocinemos: se a maior economia mundial registrou uma queda de 4,8% no primeiro trimestre de 2020, em decorrência da aplicação de medidas de isolamento social para conter o avanço da pandemia de Covid-19, o que podemos esperar da economia de um país emergente como o Brasil? Um cenário três vezes pior, porque o Brasil, como insistimos sempre em dizer, é um país completamente dependente da exportação de matérias primas, o que não nos favorece num momento em que os maiores compradores das nossas commodities estão reduzindo as suas compras.   

Quem teve a oportunidade acompanhar a coletiva de imprensa dos ministros Guedes e Braga Neto, percebeu claramente que as suas presenças na televisão foram uma tentativa de impedir o alastramento de um incêndio que ameaça um governo que vive batendo cabeça, que perde apoio popular a cada dia e que está vendo sua base de apoio sendo deteriorada.   

Em tempo: a criação frustrada do programa Pró-Brasil de iniciativa do chefe da Casa Civil, general Braga Neto foi uma tentativa desse ministério de tentar destravar a economia brasileira, assim como fez Lula com o seu Programa de Aceleração de Crescimento (PAC).

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