sexta-feira, 6 de novembro de 2020

O clientelismo necessário

 

O fenômeno clientelismo aparece na medida em que o governo se omite da garantia dos direitos básicos que à Constituição Federal (CF) assegura a todos os cidadãos brasileiros, como por exemplo, o acesso ao trabalho, a moradia, a educação e a saúde. Quando essa garantia constitucional nos é negada, o próprio governo federal em alguns casos, lança mão do clientelismo na forma de programas sociais. O clientelismo que é uma relação de troca que se estabelece entre o político com mandato e o cidadão necessitado.

O caso típico de clientelismo governamental, são os programas sociais que o governo federal de plantão usa como cabo eleitoral. Foi assim com FHC, Lula e Dilma. E fatalmente acontecerá com Jair Messias Bolsonaro que antes mesmo do auxílio emergencial que alavancou sua popularidade, já vinha pensando e trabalhando na criação de um programa social para chamar de seu e ser usado como um grande cabo eleitoral em 2022.

O clientelismo é uma prática muito comum no Brasil, sobretudo no Brasil profundo e nos grotões, no Brasil distante e esquecido pelo poder público federal. Nesse caso, o clientelismo surge como necessário, porque sem o assistencialismo do poder público municipal e o do coronelismo, um outro fenômeno típico das regiões mais pobres deste país, os munícipes ficam completamente desassistidos: por que sem emprego, sem moradia, sem educação e saúde dignas e com doenças que os obrigam a buscar socorro e atendimento, via de regra, nas capitais.

Diante dessa situação de penúria e pobreza, o prefeito entra distribuindo cestas básicas, aluguel social, pagamento de botijões de gás, passagens e em alguns casos, hospedagens para as pessoas que se deslocam do seu município de origem para a capital ou uma outra cidade que conta com tratamento médico melhor e mais desenvolvido, para minorar o sofrimento das pessoas que não dispõem de um emprego e nenhuma fonte de renda.

 Por Tomazia Arouche

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