sábado, 9 de outubro de 2021

Sintonia Fina

 

A inflação supera a casa dos dois dígitos e chega a 10,25% em setembro. A maior alta em 12 meses. E tudo sugere que a inflação vai continuar subindo, porque não há no horizonte nenhum sinal de que haverá nos próximos dois meses queda nos preços dos derivados de petróleo, da energia elétrica e do gás de cozinha, três itens que são os principais responsáveis por uma inflação fora de controle. Segundo o IPCA (Índice de preços ao consumidor amplo) a inflação oficial do país teve alta de 1,16% em setembro, após em 0,87% em agosto.  

O empobrecimento, o arrocho salarial, juros mais altos: entenda os efeitos da inflação de dois dígitos na economia e na sua vida. A volta de uma inflação anual de dois dígitos após mais de 5 anos tem consequências diretas não só para o bolso do brasileiro, mas também nas perspectivas para o emprego, renda, crédito e crescimento da economia. 

Com a disparada da inflação, o trabalhador que vive sendo pressionado pelo arrocho salarial, pela elevação da taxa de juro Selic (o aumento da taxa Selic levará à queda no consumo das famílias), o aumento do desemprego e o aumento continuo dos preços, principalmente do gás de cozinha e da tarifa de energia elétrica, perde sua fonte de renda e tem o seu acesso ao crédito dificultado. O trabalhador sem emprego perde automaticamente o seu poder o que acaba impactando toda a economia, porque sem consumo a indústria deixa de produzir. A economia funciona como um processo sistêmico.  

O governo Bolsonaro sacrifica a ciência e a tecnologia em favor do agronegócio

"Eu estava muito, muito chateado", disse Marcos Pontes, ministro da Ciência e Tecnologia. Essa frase reflete o estado de ânimo do ministro de Ciência e Tecnologia que disse ter ficado desapontado com o corte de recursos na sua pasta. Um país que em pleno século XXI não prioriza a ciência e a tecnologia, admitamos, não tem futuro. O que a permanência de Marcos Pontes a frente desse ministério poderá fazer que até o presente momento ainda não fez? Nada, absolutamente nada, porque o governo Bolsonaro só pensa na exportação de commodities, como o único meio que este país conta para apresentar bons resultados na Balança Comercial. Desnecessário dizer que a visão dos ministros da Economia e da Agricultura é totalmente equivocada, porque o mundo desenvolvido deixou de priorizar o setor primário de há muito tempo.

A cada dia que passa mais os petistas se assemelham aos bolsonaristas

A conspiração pelo fim da Operação Lava Jato reuniu num mesmo projeto, petistas, bolsonaristas e os integrantes daquilo que se convencionou chamar de Centrão. Este último, o mais fisiologista bloco de partidos que atuam na política nacional. A parceria entre petistas, bolsonaristas e centristas continuou com a PEC da impunidade que tem no deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) o seu baluarte. Depois de uma série de reações e acusações de que as mudanças promovidas pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Imunidade (que ficou conhecida como PEC da 'Impunidade') serviriam para “blindar” parlamentares, a relatora do texto, Margarete Coelho (PP-PI), fez mudanças na redação original para tentar angariar mais apoio entre os parlamentares. A união dessas três forças para mudar um projeto consagrado na Constituição Federal de 1988 é um verdadeiro acinte ao povo brasileiro. O PT quem diria, acabou na vala comum e nivelado por baixo aos partidos e aos políticos que antes ele criticava e condenava. “Eu morro e não vejo tudo! ”

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