É de se esperar que em um país como o Brasil, com dimensões continentais e possuidor de uma das maiores reservas hídricas do mundo não existam grandes preocupações acerca do tema, afinal, deve demorar ainda algumas gerações até que tais reservas se esgotem. Certo? Errado. Foi exatamente esse mesmo pensamento que sustentou a mentalidade de homens gentilmente exploradores até a incomensurável devastação florestal dos dias de hoje, tendo como conseqüência inúmeros impactos ambientais, climáticos e socioeconômicos.
Regiões como o Oriente Médio já sofrem há muitos anos com a escassez de água e, talvez por necessidade, a população compreende a sua importância, visando sempre a sua preservação. Por outro lado,eles possuem um outro recurso natural em escala muito superior à nossa,o petróleo,que constitui o alicerce de sua economia e,em parte,da nossa também.Afinal,o petróleo é uma das matérias- primas mais versáteis,podendo ser transformado nos produtos mais diversificados,como combustível,plástico,pneus e até chiclete,gerando lucros vertiginosos.Apesar disso, há uma desvantagem: é quase definitivamente não renovável,na medida em que a sua geração requer milhares de anos de decomposição da matéria orgânica. Dessa forma, a riqueza gerada através de sua exploração possui tempo limitado, já para a água, existem outras possibilidades. Uma delas é a criação de uma conscientização geral para que se evite a sua poluição e desperdício exacerbados, permitindo a chance de sua renovação saudável e de seu desfrute adequado.
Segundo essa lógica, se esse processo tiver continuidade, em breve a água se transformará em petróleo. Pelo menos no preço. Preço que pagaremos pelo seu desperdício e pela sua supervalorização em virtude de sua escassez. É bom lembrar: o petróleo é matéria-prima de bens materiais. A água é matéria-prima da vida. (texto de Debora Angélica)
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