sexta-feira, 30 de maio de 2008

No Bonde de Santa Teresa

A principal ligação entre o bairro da Lapa, com o bairro de Santa Teresa, ainda é feita através do Bonde, o famoso e mundialmente conhecido, Bondinho de Santa Teresa. Quem utiliza o Bondinho, alem de curtir a bela visão panorâmica do bairro da Lapa (o bairro mais boêmio do Rio de janeiro), ainda curte um clima nostálgico de um Rio que não existe mais, mas que pode ser revivido nesse curto deslocamento entre dois bairros que ainda guardam as características de uma cidade do inicio do século XX.


Foi num cenário como esse que num dia de um sol intenso, eu conheci uma mulher que viria desempenhar um papel muito importante na minha vida. Um ser providencial que surge na nossa vida, do nada, num momento em que uma simples palavra de conforto e estimulo, é capaz de mudar toda a nossa fisiologia; transformando um estado mórbido, num estado de animo revigorado e de satisfação interna.


Uma conversa rápida, num encontro casual; um primeiro encontro, mas que acabou se transformando em conversas longas e intermináveis. Tudo a partir desse nosso encontro era motivo para um telefonema, para a troca de informações e saber - como o dia de cada um de nós estava se passando.


Leila, era assim que se chamava essa amiga que assim como eu, vivia no Rio, sem ter parentes próximos – só amigos. Um dia ela chegou para mim e disse a queima roupa: estou de partida para o meu Espírito Santo, a cidade de Linhares, mais precisamente. Ouvi entre perplexo e tomado de uma tristeza jamais experimentada. Abraçamos-nos por um período de tempo e nos despedimos.


A partir desse momento, cada uma seguiu o seu destino, ela não me deixou endereço – apenas um pequeno bilhete, onde estava escrito: os melhores momentos da minha vida eu vivi ao teu lado; como uma irmã, uma amiga e companheira. Nada mais que isso. Porque só isso nos bastava. Esse é o verdadeiro amor: um sentimento que é feito só de companheirismo.


Ela se foi e eu fiquei, sentindo a sua falta, buscando no passado encontrar a força e a motivação para suportar essa ausência que eu sabia ser definitiva.

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