O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse nesta sexta-feira que a disputa entre os senadores Tião Viana (PT-AC) e José Sarney (PMDB-AP) pela presidência do Senado será decidida no voto. Apesar de reconhecer que Sarney integra um partido aliado ao governo federal, Berzoini disse que a candidatura do peemedebista "não contribui" para o processo democrático.
"Sarney é um aliado do governo desde 2003. O PT ajudou a elegê-lo naquela eleição. Mas sua candidatura, apresentada na reta final do processo, depois de inúmeras negativas, inclusive em interlocução com o senador Tião Viana, não contribui para o processo", afirmou em entrevista ao site do PT.
O deputado reiterou que os petistas vão se manter na campanha do deputado Michel Temer (PMDB-SP), na disputa pelo comando da Câmara, mesmo com a ameaça do PMDB ficar com a presidência das duas Casas Legislativas.
Berzoini foi enfático ao afirmar que a candidatura de Tião será mantida até o final. "A candidatura de Tião está mantida e a decisão será no voto, a partir da avaliação de bancadas e também de cada parlamentar", disse.
O petista afirmou que Tião lançou sua candidatura no final do ano passado e que representa a renovação que o Senado necessita. "O Tião Viana colocou seu nome com antecedência e com uma proposta política, respaldada pela maneira como conduziu uma interinidade difícil, em momento de grande crise no Senado. Tião representa uma renovação, com apoio de seis partidos e de vários senadores individualmente", afirmou.
As eleições para os comandos do Senado e da Câmara estão marcadas para o dia 2. Palpite.
Berzoini evitou arriscar um palpite sobre os efeitos do impasse no Senado na campanha de Temer na Câmara. "Esse assunto se resolve no dia da eleição. Cabe a todos que defendemos o governo dissociarmos o assunto da eleição da Mesa com os interesses maiores do país e as respectivas votações", afirmou.
O petista classificou a Câmara como um espaço "gerado para intrigas e tentativas de desestabilização", mas garantiu que seu partido vai manter o acordo com Temer e ficará com ele na campanha pela presidência da Casa.
"Quanto à Câmara, apesar do espaço gerado para intrigas e tentativas de desestabilização, entendo que o PT está unido em torno do cumprimento do acordo firmado em 2007 e que os demais apoiadores de Michel Temer também estarão firmes. Vamos trabalhar para que a falta de acordo do PMDB com o PT no Senado não desestabilize o quadro para a eleição do Temer. Acordo se cumpre e palavra dada deve ser palavra honrada", disse.
No entanto, políticos que acompanham as negociações afirmam que o PT deverá ir rachado no dia da eleição e não apoiar de forma integral o nome de Temer. Mas, no último dia 20, o peemedebista se reuniu com vários aliados, entre eles petistas que lhe asseguraram que a bancada se manterá unida a seu favor. No próximo dia 30, a bancada do PT na Câmara deverá se reunir para tratar do assunto e oficializar uma posição.
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