sexta-feira, 13 de março de 2009

China aprova pacto de U$ 584,5 bilhões

Folha Online blog Dom Severino

A Assembleia Nacional Popular da China aprovou nesta sexta-feira o plano de estímulo econômico proposto pelo primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, de 4 trilhões de yuans (US$ 584,5 bilhões, no câmbio de hoje).

O pacote, planejado para durar dois anos, foi aprovado com 2.669 votos a favor, 145 contra e 71 abstenções.

O anúncio do pacote foi feito no último dia 4 por Jiabao. Ele disse então que o crescimento do país pode chegar a 8% neste ano. Hoje, o primeiro-ministro disse que essa meta será difícil de ser alcançada, mas "é possível com muitos esforços".

A intenção de lançar um plano de estímulo de 4 trilhões de yuans já havia sido adiantada em novembro de 2008. Investidores do mercado chinês tinham esperança de que o primeiro-ministro anunciasse um aumento no tamanho do estímulo que poderia fazer com que a soma chegasse a até 10 trilhões de yuans (US$ 1,46 trilhão), mas Jiabao não fez qualquer menção a essa possibilidade.

No lançamento do pacote, o primeiro-ministro disse que "manter uma certa taxa de crescimento para a economia [da China] é essencial para expandir o emprego dos habitantes das cidades e do campo, aumentando assim a renda das pessoas e assegurando a estabilidade social".

O FMI (Fundo Monetário Internacional) estima para a economia chinesa neste ano um crescimento de até 6,7% --no ano passado a economia do país cresceu 9% e, em 2007, 13%. Já o Banco Mundial prevê que a economia chinesa deverá crescer 7,5% em 2009, mas um estudo da Academia Chinesa de Ciências prevê um crescimento de 8,3%.

Analistas se dividem entre os que preveem que o crescimento pode ganhar novo impulso a partir do segundo trimestre e os que dizem que a China não conseguirá se recuperar enquanto os principais destinos de suas exportações, Estados Unidos e Europa, não voltarem a consumir seus produtos com o mesmo vigor de antes da crise.

Exportações e recuperação

As exportações da China caíram 25,7% em fevereiro frente ao mesmo mês do ano anterior, a US$ 64,895 bilhões, informou a Administração Geral de Alfândegas. Trata-se do quarto mês consecutivo em que as vendas chinesas ao exterior registram queda. As importações, por sua vez, recuaram 24,1%.

No mês passado, uma pesquisa feita entre economistas pelo Escritório Nacional de Estatísticas da China e divulgada pelo jornal "China Daily" mostrou que a expectativa é de que a economia chinesa se recupere neste ano antes de outras, como a dos Estados Unidos e a da UE (União Europeia).

A pesquisa mostra que 92% dos economistas consultados consideram que o país asiático se recuperará mais rápido, impulsionada pelos planos de estímulo do consumo lançados pelo governo chinês.

Somente 3% dos entrevistados disseram que a recuperação só chegará a partir de 2010, com as ajudas governamentais, de US$ 585 bilhões em projetos de obras públicas, incentivos a empresas e outros mecanismos de controle macroeconômico.

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